Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
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Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Ministra com o Presidente da República numa cerimónia na Guarda. Cavaco Silva vetou uma proposta idêntica. O que fará Marcelo?
Há 820 oficiais na GNR (80% do total) a sentir-se afrontados pela ministra da Administração Interna. Formaram-se para comandar a Guarda e agora podem serem ultrapassados por militares com menos habilitações.
Pode um enfermeiro ser médico sem um curso de medicina? Claro que não. É esta a analogia que fazem os oficiais da GNR, formados na Academia Militar (AM) para serem uma elite de comandantes da maior força se segurança do país, quando olham para a proposta do novo estatuto preparado pela ministra da Administração Interna.
Constança Urbano de Sousa quer permitir que militares da GNR, com menos habilitações e menos tempo de formação (ver caixa em baixo), possam subir ao topo da hierarquia e que , mesmo sem o curso da Academia, sejam promovidos a generais. Seria caso único na Europa. A Associação que representa os oficiais da AM (ANOG) diz que esta ideia da ministra "constitui uma afronta para a maioria dos oficiais da GNR, que veem as suas expectativas comprometidas, e para a prestigiada Academia Militar".
Acusam a governante de querer criar "generais Simplex" e acreditam que, a ser aprovada, esta medida causará "uma desunião e destabilização sem precedentes, que podem ser fatais na GNR".
Confrontada pelo DN com as preocupações destes oficiais, a ministra alega que a proposta de estatuto "mantém a base não discriminatória do atual estatuto, que também não faz qualquer distinção entre a origem dentro do mesmo quadro, pelo que a expectativa mantém-se para todos".
Mas, na verdade, a proposta de Constança Urbano de Sousa dissipa a dúvida que o atual regulamento suscitava em relação aos requisitos necessários para o "salto" dos coronéis, que não passaram pela Academia, para o generalato. O estatuto em vigor desde 2007 diz que devem ter "habilitações complementares idênticas às exigidas" aos oficiais das Forças Armadas. Esta expressão criou expectativas a esses coronéis, ao ponto de, pelo menos um deles, Albano Pereira, já na reserva, o ter tentado. Mas sem sucesso.
Mas agora, a ministra clarificou e insiste numa ambição que já foi de António Costa, quando era ministro da Administração Interna e que foi vetado por Cavaco Silva. No documento que enviou às associações da GNR admite como qualificação para a promoção a brigadeiro-general (novo posto na categoria dos oficiais generais) o "grau de mestre obtido em estabelecimento do ensino superior, nas áreas de conhecimento com interesse para a Guarda, definidas pelo comandante-geral", não exigindo que tenham a licenciatura da Academia.
Para a ministra "expectativas dos oficiais da AM mantém-se inalteráveis, não havendo nesta proposta de estatuto nenhuma alteração em relação ao atual". Não é esse o entendimento da ANOG. "Para nós é mais que claro que a sra.Ministra pretende igualar o que não e igual e prejudicar os oficiais da AM. Se os coronéis sem o curso da Academia forem promovidos, ocupam os lugares de topo, impedindo irreversivelmente os nossos oficiais, que tinham a expectativa de poder liderar a GNR, de lá chegar. E isso é que é discriminar. É gravíssimo para a coesão da instituição", diz Santos Alves, da direção da ANOG.
Quem beneficiará deste novo modelo são 167 tenentes coronéis e coronéis que fizeram um curso de formação mais curto e que já beneficiam, em relação aos da AM, em termos de antiguidade e promoções por terem entrado mais cedo nos quadros. Um número reduzido, cerca de uma dezena, fez cursos superiores, entre os quais Direito, História e Sociologia. Estão à dirigir os Comandos Distritais e alguns deles em postos de confiança política do governo, como é o caso dos coronéis Óscar Rocha, assessor do primeiro-ministro, Costa Pinto, oficial de ligação no MAI, e Paulo Guerreiro, o chefe de gabinete da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna. Sendo que a GNR só tem 10 vagas para generais e a serem preenchidas as da Academia ficam bloqueadas.
Como tiveram uma formação mais prolongada, os militares da Academia ainda estão agora no posto de tenente coronel, embora haja 10 que já podem ser promovidos a coronel. No entanto, precisam ainda de quatro anos no posto, para poderem frequentar o curso de oficial general. Se tudo corresse como previram substituiriam os generais das Forças Armadas em 2020. Assim, assinala um deles, "é como uma morte súbita na carreira. 25 anos a cumprir tudo o que havia, passo a passo, para quando estamos quase a chegar ao objetivo para que nos preparámos, alguém nos empurrar para o lado e, fazendo batota, chegar à meta primeiro. Caso único nos países civilizados e aliados de Portugal".
http://www.dn.pt/portugal/interior/ministra-trama-oficiais-da-academia-militar-generais-simplex-a-vista-na-gnr-5422837.html
Ministra com o Presidente da República numa cerimónia na Guarda. Cavaco Silva vetou uma proposta idêntica. O que fará Marcelo?
Há 820 oficiais na GNR (80% do total) a sentir-se afrontados pela ministra da Administração Interna. Formaram-se para comandar a Guarda e agora podem serem ultrapassados por militares com menos habilitações.
Pode um enfermeiro ser médico sem um curso de medicina? Claro que não. É esta a analogia que fazem os oficiais da GNR, formados na Academia Militar (AM) para serem uma elite de comandantes da maior força se segurança do país, quando olham para a proposta do novo estatuto preparado pela ministra da Administração Interna.
Constança Urbano de Sousa quer permitir que militares da GNR, com menos habilitações e menos tempo de formação (ver caixa em baixo), possam subir ao topo da hierarquia e que , mesmo sem o curso da Academia, sejam promovidos a generais. Seria caso único na Europa. A Associação que representa os oficiais da AM (ANOG) diz que esta ideia da ministra "constitui uma afronta para a maioria dos oficiais da GNR, que veem as suas expectativas comprometidas, e para a prestigiada Academia Militar".
Acusam a governante de querer criar "generais Simplex" e acreditam que, a ser aprovada, esta medida causará "uma desunião e destabilização sem precedentes, que podem ser fatais na GNR".
Confrontada pelo DN com as preocupações destes oficiais, a ministra alega que a proposta de estatuto "mantém a base não discriminatória do atual estatuto, que também não faz qualquer distinção entre a origem dentro do mesmo quadro, pelo que a expectativa mantém-se para todos".
Mas, na verdade, a proposta de Constança Urbano de Sousa dissipa a dúvida que o atual regulamento suscitava em relação aos requisitos necessários para o "salto" dos coronéis, que não passaram pela Academia, para o generalato. O estatuto em vigor desde 2007 diz que devem ter "habilitações complementares idênticas às exigidas" aos oficiais das Forças Armadas. Esta expressão criou expectativas a esses coronéis, ao ponto de, pelo menos um deles, Albano Pereira, já na reserva, o ter tentado. Mas sem sucesso.
Mas agora, a ministra clarificou e insiste numa ambição que já foi de António Costa, quando era ministro da Administração Interna e que foi vetado por Cavaco Silva. No documento que enviou às associações da GNR admite como qualificação para a promoção a brigadeiro-general (novo posto na categoria dos oficiais generais) o "grau de mestre obtido em estabelecimento do ensino superior, nas áreas de conhecimento com interesse para a Guarda, definidas pelo comandante-geral", não exigindo que tenham a licenciatura da Academia.
Para a ministra "expectativas dos oficiais da AM mantém-se inalteráveis, não havendo nesta proposta de estatuto nenhuma alteração em relação ao atual". Não é esse o entendimento da ANOG. "Para nós é mais que claro que a sra.Ministra pretende igualar o que não e igual e prejudicar os oficiais da AM. Se os coronéis sem o curso da Academia forem promovidos, ocupam os lugares de topo, impedindo irreversivelmente os nossos oficiais, que tinham a expectativa de poder liderar a GNR, de lá chegar. E isso é que é discriminar. É gravíssimo para a coesão da instituição", diz Santos Alves, da direção da ANOG.
Quem beneficiará deste novo modelo são 167 tenentes coronéis e coronéis que fizeram um curso de formação mais curto e que já beneficiam, em relação aos da AM, em termos de antiguidade e promoções por terem entrado mais cedo nos quadros. Um número reduzido, cerca de uma dezena, fez cursos superiores, entre os quais Direito, História e Sociologia. Estão à dirigir os Comandos Distritais e alguns deles em postos de confiança política do governo, como é o caso dos coronéis Óscar Rocha, assessor do primeiro-ministro, Costa Pinto, oficial de ligação no MAI, e Paulo Guerreiro, o chefe de gabinete da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna. Sendo que a GNR só tem 10 vagas para generais e a serem preenchidas as da Academia ficam bloqueadas.
Como tiveram uma formação mais prolongada, os militares da Academia ainda estão agora no posto de tenente coronel, embora haja 10 que já podem ser promovidos a coronel. No entanto, precisam ainda de quatro anos no posto, para poderem frequentar o curso de oficial general. Se tudo corresse como previram substituiriam os generais das Forças Armadas em 2020. Assim, assinala um deles, "é como uma morte súbita na carreira. 25 anos a cumprir tudo o que havia, passo a passo, para quando estamos quase a chegar ao objetivo para que nos preparámos, alguém nos empurrar para o lado e, fazendo batota, chegar à meta primeiro. Caso único nos países civilizados e aliados de Portugal".
http://www.dn.pt/portugal/interior/ministra-trama-oficiais-da-academia-militar-generais-simplex-a-vista-na-gnr-5422837.html
Croco- Major
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Idade : 55
Profissão : Militar da GNR
Nº de Mensagens : 8373
Mensagem : "Não faças aos outros o que não queres que os outros te façam a ti".
“Karma tarda mas não falha".
A MINHA ETAPA TERMINOU, BOA SORTE PARA VOÇES.
Meu alistamento : 1991 CIP
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
"é como uma morte súbita na carreira. 25 anos a cumprir tudo o que havia, passo a passo, para quando estamos quase a chegar ao objetivo para que nos preparámos, alguém nos empurrar para o lado e, fazendo batota, chegar à meta primeiro. Caso único nos países civilizados e aliados de Portugal".
Creio que 98% dos militares sabem o que é isso (e nunca fez confusão à classe)...
Creio que 98% dos militares sabem o que é isso (e nunca fez confusão à classe)...
Estranho- 2º Sargento
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Idade : 42
Profissão : Militar GNR
Nº de Mensagens : 933
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
a minha carreira acabou há muito tempo, e nunca os vi preocupados...
e já agora, os restantes 22000 homens e mulheres da instituição estão-se marimbando para as lutas de cadeiras dos generais. jamais será factor de desunião entre nós.
que se matem uns aos outros, não me podia ralar menos. que sintam na pele a dor que muitos, muitos outros andam a sentir há anos.
e já agora, os restantes 22000 homens e mulheres da instituição estão-se marimbando para as lutas de cadeiras dos generais. jamais será factor de desunião entre nós.
que se matem uns aos outros, não me podia ralar menos. que sintam na pele a dor que muitos, muitos outros andam a sentir há anos.
smelly- 1º Sargento
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Idade : 39
Profissão : Militar da Guarda Nacional Republicana
Nº de Mensagens : 1430
Mensagem : A união faz a força..
Meu alistamento : 2004
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Pode um enfermeiro ser médico sem um curso de medicina? Claro que não.
A questão está capciosamente formulada, é de chico-esperto.
Os termos correctos deveriam ser estes: - Será um licenciado em enfermagem forçosamente pior director que um licenciado em medicina?
msm- Sargento-Ajudante
-
Idade : 53
Profissão : PSP
Nº de Mensagens : 1700
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Atenção, não se desviem do assunto principal, HORÁRIO DE TRABALHO.
Isto pode ter sido lançado deliberadamente para tentar resfriar o assunto.
É agora ou nunca.
Isto pode ter sido lançado deliberadamente para tentar resfriar o assunto.
É agora ou nunca.
UBT- Cabo
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Idade : 56
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 184
Meu alistamento : 1990
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Quero sim é saber do horario de trabalho. Isto nao nos diz respeito......a escala atualmente sim é surreal!!!!!UBT escreveu:Atenção, não se desviem do assunto principal, HORÁRIO DE TRABALHO.
Isto pode ter sido lançado deliberadamente para tentar resfriar o assunto.
É agora ou nunca.
COELHO.X- Capitão
-
Idade : 45
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 5620
Mensagem : Passam Céleres Altivos e Impenetráveis..é a Cavalaria que Passa!
"Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa..."
Martin Luther King
Meu alistamento : (1999) Século Passado!!Há pois é.
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Nessa noticia também está isto:
Estão em causa, reconhece a Guarda, 30% dos postos do país (140 dos 464 existentes), onde prestam serviço 10% dos militares da GNR (2300 dos 23000). Destes 140 há 85 (61%) que só funcionam das nove às cinco da tarde.
Como isto anda...
Estão em causa, reconhece a Guarda, 30% dos postos do país (140 dos 464 existentes), onde prestam serviço 10% dos militares da GNR (2300 dos 23000). Destes 140 há 85 (61%) que só funcionam das nove às cinco da tarde.
Como isto anda...
MiguelBarrancos- 2º Sargento
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Idade : 43
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 967
Mensagem : camaradagem era a solução para metade dos nossos problemas...
Meu alistamento : 2003
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Depois dos nossos comandos terem feito aquela obra prima da literatura portuguesa que é a NEP do Horário de Referência, temos que ir todos para Lisboa e manifestar-nos a favor dos oficiais!!!!!!
Depois de ter sido mais que entalado pela NEP, tou-me a CXXXXX para os problemas do topo da hierarquia!
Depois de ter sido aprovada a portaria pela MAI, os Comandos da GNR fizeram uma NEP em que sem ferir a legalidade, obtiveram o maximo prejuizo possivel para quem anda na rua....e agora vêm chorar de serem entalados????
Como se diz cá pela minha zona: "Quem tem pulgas que as coce!"
A tão apregoada camaradagem tem que ser nos dois sentidos e não apenas dos pequenos para os grandes!
Depois de ter sido mais que entalado pela NEP, tou-me a CXXXXX para os problemas do topo da hierarquia!
Depois de ter sido aprovada a portaria pela MAI, os Comandos da GNR fizeram uma NEP em que sem ferir a legalidade, obtiveram o maximo prejuizo possivel para quem anda na rua....e agora vêm chorar de serem entalados????
Como se diz cá pela minha zona: "Quem tem pulgas que as coce!"
A tão apregoada camaradagem tem que ser nos dois sentidos e não apenas dos pequenos para os grandes!
LuisAlentejano- Cabo-Chefe
-
Idade : 43
Profissão : Militar da GNR
Nº de Mensagens : 258
Meu alistamento : 2003/2004 - O melhor da história da GNR
Esta ministra é um espetáculo......
http://www.dn.pt/portugal/interior/ministra-trama-oficiais-da-academia-militar-generais-simplex-a-vista-na-gnr-5422837.html
BOSNIA1998- Cabo-Chefe
-
Idade : 50
Profissão : MILITAR DA GNR
Nº de Mensagens : 234
Meu alistamento : Portalegre
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
E que jeitão dá agora nesta altura do campeonato, o barulho em torno do horário de referência, e o barulho em torno das promoções dos oficiais, enquanto estão eminentes os diplomas referentes ao novo estatuto, que vai ser mais penalizador em promoções, avaliações, mudança de posição remuneratória, retirada de dias de férias etc. E o diploma referente às reformas, que vai obrigar toda a gente a trabalhar e a descontar mais anos, porque se vão reformar mais tarde (dizem que é 6 anos antes do que estiver em vigor em cada ano para o regime geral) e que vão receber menos pensão de reforma quando se reformarem.
E assim, o povo vai andando entretido, enquanto que nos corredores e nos bastidores, alguém se está a preparar para (mais uma vez) lhe espetar mais uma facada nas costas.
Guarda que anda à linha- Sargento-Chefe
-
Idade : 58
Profissão : Funcionário publico
Nº de Mensagens : 2005
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Este tipo de alterações, a que se refere a noticia, até parece que é feita à medida, para os amigos.....
Gif- Furriel
-
Idade : 46
Profissão : tratorista
Nº de Mensagens : 454
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Que generais para a gnr?
08 DE NOVEMBRO DE 2016 00:00
Mário Cabrita
Está em curso a alteração do Estatuto dos Militares da GNR (EMGNR) e, entre os temas em revisão, existe um mais polémico - a hipótese de os oficiais do Curso de Formação de Oficiais (CFO) ascenderem à categoria de oficiais-generais.
Após estudar a questão, e apesar do enorme respeito e consideração que tenho pelos oficiais do CFO, sou levado a manter a opinião que já tinha: o acesso ao Corpo de Oficiais-Generais deve ser exclusivo dos oriundos da Academia Militar (AM). São muitas as razões que apontam nesse sentido e que passarei a enumerar.
Nas Forças Armadas (FA) os oficiais-generais tiveram formação de base nas respectivas Academias. Há excepções, poucas, em serviços em que as academias não conseguem formar oficiais para os prover. Nestes casos, os oficiais são recrutados no meio civil, entre possuidores de licenciaturas indispensáveis ao desempenho das funções. Como oficiais-generais só ocupam cargos de direcção ou chefia nesses serviços. Este método não pode aplicar-se aos oficiais do CFO, dado que ingressaram na GNR só com o ensino secundário.
Os oficiais do CFO eram oficiais-milicianos das FA integrados na GNR após frequência de um curso de dois anos, sem equivalência académica. A legislação que permitia o seu ingresso na GNR limitava o acesso ao posto de capitão, e excepcionalmente a tenente-coronel, caso detivessem o grau de bacharel. O EMGNR em vigor eliminou esta exigência e os oficiais do CFO foram, são e serão promovidos ao posto de coronel só com o ensino secundário. As suas expectativas de carreira não só não foram defraudadas, como foram largamente ultrapassadas.
Os oficiais da AM ingressam na GNR após frequentarem um curso de cinco anos que constitui um mestrado integrado. Em 1991 e 1992 houve ingressos, em simultâneo, no CFO e na AM. Alguns oficiais-milicianos que concorreram à AM foram eliminados na selecção, ou durante o ano lectivo. Concorreram ao CFO e foram admitidos, ganhando assim três anos de antiguidade relativamente aos que com eles concorreram à AM.
Os oficiais do CFO, ao longo da carreira, apenas frequentaram o Curso de Promoção a Oficial Superior (CPOS). Os oficiais da AM frequentam o CPOS e alguns mais bem classificados participam, depois, no Curso de Estado-Maior. Apesar de não ser obrigatório para a nomeação para o Curso de Promoção a Oficial General, o facto é que, actualmente, todos os oficiais-generais possuem este curso, que nenhum dos oficiais do CFO frequentou. Fruto das suas qualificações, alguns oficiais da Guarda procedentes da AM são professores no Instituto Universitário Militar.
O EMGNR permite ao seu comandante dispensar um militar da frequência de um curso de promoção, a título nominal e excepcional. O exercício desta competência com oficiais do CFO iria retirar o carácter de excepção da norma e contrariar o próprio estatuto. De realçar que, nas FA, este preceito muito raramente foi usado.
O Estatuto da PSP, revisto recentemente, mantém duas carreiras distintas face à formação de base e ao posto máximo que podem atingir na carreira. O mesmo acontece nas FA que, em todos os ramos, possuem oficiais com habilitações académicas diferenciadas e, por isso, carreiras bem distintas.
No que concerne às forças estrangeiras congéneres da GNR, os oficiais-generais recebem formação de base nas respectivas academias. Seria muito constrangedor, para a Guarda e para Portugal, se esses oficiais fossem confrontados com generais portugueses que não passaram pela AM.
Os oficiais-generais do Exército em serviço na GNR sairão, com naturalidade, à medida que forem chegando substitutos legitimamente preparados para ocupar os seus cargos: os que tiveram a formação de base na AM.
Esta matéria é fracturante numa instituição que só pode cumprir a sua missão se se mantiver una e coesa. Compete à senhora ministra tomar as decisões adequadas para que a GNR continue a ser um pilar do Estado Português e um garante da segurança de pessoas e bens em território nacional.
Tenente-general na reforma
http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/que-generais-para-a-gnr-5485337.html
08 DE NOVEMBRO DE 2016 00:00
Mário Cabrita
Está em curso a alteração do Estatuto dos Militares da GNR (EMGNR) e, entre os temas em revisão, existe um mais polémico - a hipótese de os oficiais do Curso de Formação de Oficiais (CFO) ascenderem à categoria de oficiais-generais.
Após estudar a questão, e apesar do enorme respeito e consideração que tenho pelos oficiais do CFO, sou levado a manter a opinião que já tinha: o acesso ao Corpo de Oficiais-Generais deve ser exclusivo dos oriundos da Academia Militar (AM). São muitas as razões que apontam nesse sentido e que passarei a enumerar.
Nas Forças Armadas (FA) os oficiais-generais tiveram formação de base nas respectivas Academias. Há excepções, poucas, em serviços em que as academias não conseguem formar oficiais para os prover. Nestes casos, os oficiais são recrutados no meio civil, entre possuidores de licenciaturas indispensáveis ao desempenho das funções. Como oficiais-generais só ocupam cargos de direcção ou chefia nesses serviços. Este método não pode aplicar-se aos oficiais do CFO, dado que ingressaram na GNR só com o ensino secundário.
Os oficiais do CFO eram oficiais-milicianos das FA integrados na GNR após frequência de um curso de dois anos, sem equivalência académica. A legislação que permitia o seu ingresso na GNR limitava o acesso ao posto de capitão, e excepcionalmente a tenente-coronel, caso detivessem o grau de bacharel. O EMGNR em vigor eliminou esta exigência e os oficiais do CFO foram, são e serão promovidos ao posto de coronel só com o ensino secundário. As suas expectativas de carreira não só não foram defraudadas, como foram largamente ultrapassadas.
Os oficiais da AM ingressam na GNR após frequentarem um curso de cinco anos que constitui um mestrado integrado. Em 1991 e 1992 houve ingressos, em simultâneo, no CFO e na AM. Alguns oficiais-milicianos que concorreram à AM foram eliminados na selecção, ou durante o ano lectivo. Concorreram ao CFO e foram admitidos, ganhando assim três anos de antiguidade relativamente aos que com eles concorreram à AM.
Os oficiais do CFO, ao longo da carreira, apenas frequentaram o Curso de Promoção a Oficial Superior (CPOS). Os oficiais da AM frequentam o CPOS e alguns mais bem classificados participam, depois, no Curso de Estado-Maior. Apesar de não ser obrigatório para a nomeação para o Curso de Promoção a Oficial General, o facto é que, actualmente, todos os oficiais-generais possuem este curso, que nenhum dos oficiais do CFO frequentou. Fruto das suas qualificações, alguns oficiais da Guarda procedentes da AM são professores no Instituto Universitário Militar.
O EMGNR permite ao seu comandante dispensar um militar da frequência de um curso de promoção, a título nominal e excepcional. O exercício desta competência com oficiais do CFO iria retirar o carácter de excepção da norma e contrariar o próprio estatuto. De realçar que, nas FA, este preceito muito raramente foi usado.
O Estatuto da PSP, revisto recentemente, mantém duas carreiras distintas face à formação de base e ao posto máximo que podem atingir na carreira. O mesmo acontece nas FA que, em todos os ramos, possuem oficiais com habilitações académicas diferenciadas e, por isso, carreiras bem distintas.
No que concerne às forças estrangeiras congéneres da GNR, os oficiais-generais recebem formação de base nas respectivas academias. Seria muito constrangedor, para a Guarda e para Portugal, se esses oficiais fossem confrontados com generais portugueses que não passaram pela AM.
Os oficiais-generais do Exército em serviço na GNR sairão, com naturalidade, à medida que forem chegando substitutos legitimamente preparados para ocupar os seus cargos: os que tiveram a formação de base na AM.
Esta matéria é fracturante numa instituição que só pode cumprir a sua missão se se mantiver una e coesa. Compete à senhora ministra tomar as decisões adequadas para que a GNR continue a ser um pilar do Estado Português e um garante da segurança de pessoas e bens em território nacional.
Tenente-general na reforma
http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/que-generais-para-a-gnr-5485337.html
Croco- Major
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Idade : 55
Profissão : Militar da GNR
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Mensagem : "Não faças aos outros o que não queres que os outros te façam a ti".
“Karma tarda mas não falha".
A MINHA ETAPA TERMINOU, BOA SORTE PARA VOÇES.
Meu alistamento : 1991 CIP
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
A mim interessa me mais chegar a cabo..porque a General nunca la chegarei!!!! apesar de a espera ser muito longaaaaaaaaaaa ao invés de outros!!!!
COELHO.X- Capitão
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Idade : 45
Profissão : GNR
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Mensagem : Passam Céleres Altivos e Impenetráveis..é a Cavalaria que Passa!
"Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa..."
Martin Luther King
Meu alistamento : (1999) Século Passado!!Há pois é.
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Acho que se devia discutir era o numero exagerado de Generais existentes nos ramos das FA (que por inerência e conveniência depois passam para a GNR) e reduzir esse numero para 5 ou 6 (e já era demais).
Discutir quem deve ou não ser promovido porque frequentou ou não a academia militar, não compreendo, então não são todos oficiais???
Mas a acontecer esta excepção pode ser bom para a classe de praças... Os cabos promovidos sem curso também poderão ser promovidos a cabo-Chefe e Cabo-Mor.
Discutir quem deve ou não ser promovido porque frequentou ou não a academia militar, não compreendo, então não são todos oficiais???
Mas a acontecer esta excepção pode ser bom para a classe de praças... Os cabos promovidos sem curso também poderão ser promovidos a cabo-Chefe e Cabo-Mor.
trecarrico- Cabo-Mor
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Idade : 48
Profissão : Militar da GNR
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Meu alistamento : 1.º de 1996 (Grande curso)
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Será que a MAI ganhará o "braço de ferro" com o Ministro da Defesa e com os Generais do Exercito relativamente à saída definitiva dos mesmos deste Corpo Especial de Tropas?
A anterior MAI "perdeu" essa guerra, eu tenho a minha opinião que não acredito muito que se dê a volta a isso mas... Esperemos para ver!
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
«"Os oficiais do CFO eram oficiais-milicianos das FA integrados na GNR após frequência de um curso de dois anos, sem equivalência académica. A legislação que permitia o seu ingresso na GNR limitava o acesso ao posto de capitão, e excepcionalmente a tenente-coronel, caso detivessem o grau de bacharel. O EMGNR em vigor eliminou esta exigência e os oficiais do CFO pelo que foram, são e serão promovidos ao posto de coronel só com o ensino secundário. As suas expectativas de carreira não só não foram defraudadas, como foram largamente ultrapassadas.»
Desde 1983, os sucessivos estatutos catapultaram os oficias milicianos das Forças Armadas - que ingressaram na GNR e após a frequência de um curso passaram ao quadro permanente - de Capitão a Coronel ( nalguns casos com o 9.º anos de escolaridade)
Porém, os mesmos estatutos que permitiram o acima descrito, previam legislação especial que permitiria a ascensão a oficial dos Sargentos e Guardas detentores de grau académico equivalente a licenciatura, nunca foi posta em pratica. Passadas que foram quase três décadas, a necessária "legislação especial" ainda não foi publicada,
Enquanto a espevitava de uns foi largamente ultrapassada a de outros foi esquartejada por sucessivos Governos que, intencionalmente e sem que alguém fosse punido - optaram pela omissão de legislar,que não acataram os pareceres do Provedor de Justiça e, pasme-se!, não obedeceram às decisões dos tribunais sobre esta matéria.
Desde 1983, os sucessivos estatutos catapultaram os oficias milicianos das Forças Armadas - que ingressaram na GNR e após a frequência de um curso passaram ao quadro permanente - de Capitão a Coronel ( nalguns casos com o 9.º anos de escolaridade)
Porém, os mesmos estatutos que permitiram o acima descrito, previam legislação especial que permitiria a ascensão a oficial dos Sargentos e Guardas detentores de grau académico equivalente a licenciatura, nunca foi posta em pratica. Passadas que foram quase três décadas, a necessária "legislação especial" ainda não foi publicada,
Enquanto a espevitava de uns foi largamente ultrapassada a de outros foi esquartejada por sucessivos Governos que, intencionalmente e sem que alguém fosse punido - optaram pela omissão de legislar,que não acataram os pareceres do Provedor de Justiça e, pasme-se!, não obedeceram às decisões dos tribunais sobre esta matéria.
CARI2013- Sargento-Mor
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Profissão : GNR
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Mensagem : «Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.»
(Michel de Montaigne)
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
GNR com guerra entre classes, os de sangue azul contra os outros... todos querem o Generelato!
Em tempos tb existiu a guerra dos cabos de curso contra os cabos por distracção, quem seria o comandante de patrulha, imagine-se!
Enfim, nesta Guarda a guerra há-de sempre existir, quando uns lutam por tanto é outros por tão pouco...
Em tempos tb existiu a guerra dos cabos de curso contra os cabos por distracção, quem seria o comandante de patrulha, imagine-se!
Enfim, nesta Guarda a guerra há-de sempre existir, quando uns lutam por tanto é outros por tão pouco...
Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
Eu sou praça (guardas segundo o estatuto de 2010), logo, o meu interesse pela carreira dos oficiais é directamente proporcional ao interesse que os oficiais demonstram pela carreira dos praças. com quase 15 anos disto, nunca conheci um oficial que se preocupasse comigo. Alguém que me explique se a minha vida profissional vai mudar por causa da proveniência dos oficiais. Eu estou preocupado é que sou cabo à 7 anos e ainda estou no mesmo índice desde que fui promovido. Nunca serei cabo-chefe porque quando chegar a minha vez já devo de ter 123 anos. E vêm para aqui vocês preocupar-se com a carreira dos oficiais.... cambada de lambe-botas.
toinojaquim- 2º Sargento
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Re: Ministra trama oficiais da Academia Militar. Generais "simplex" à vista na GNR
trecarrico escreveu:Acho que se devia discutir era o numero exagerado de Generais existentes nos ramos das FA (que por inerência e conveniência depois passam para a GNR) e reduzir esse numero para 5 ou 6 (e já era demais).
Discutir quem deve ou não ser promovido porque frequentou ou não a academia militar, não compreendo, então não são todos oficiais???
Mas a acontecer esta excepção pode ser bom para a classe de praças... Os cabos promovidos sem curso também poderão ser promovidos a cabo-Chefe e Cabo-Mor.
paulo673- Cabo
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