Máfia brasileira do Primeiro Comando da Capital geria maior laboratório de droga em Portugal, a 70 km de Lisboa

Uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil, foi desmantelada pela Polícia Judiciária (PJ) em São Bartolomeu dos Galegos, na Lourinhã, a cerca de 70 quilómetros de Lisboa. A operação revelou um sofisticado laboratório de transformação de cocaína, o maior alguma vez descoberto em Portugal e um dos maiores na Europa, segundo Artur Vaz, diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE). Segundo o Correio da Manhã, o grupo utilizava métodos industriais para converter pasta de cocaína em cloridrato de cocaína, com destino ao mercado nacional e europeu.

A investigação, que decorreu durante mais de um ano, resultou na detenção de sete indivíduos, incluindo dois colombianos, um marroquino e um empresário português da região, acompanhado por dois irmãos e um sobrinho. A célula utilizava uma empresa de fachada para importar pasta de cocaína escondida em carregamentos de bananas. Em maio, as autoridades já tinham apreendido um contentor com quase mil quilos de droga no porto de Setúbal, um ponto fulcral na investigação que conduziu ao laboratório clandestino agora desmantelado. No local, foram apreendidos 460 quilos de cocaína processada e 32,5 quilos em fase de transformação, além de centenas de litros de solventes químicos e equipamento industrial para corte e embalamento.

O desmantelamento do laboratório contou com apoio das autoridades internacionais, incluindo a Polícia Nacional da Colômbia, a Polícia Nacional de Espanha e diversas agências norte-americanas, como a DEA, HSI e CBP. Segundo Artur Vaz, esta rede tinha capacidade logística para exportar cocaína a partir de Portugal para outros países europeus, aproveitando contactos e métodos de transporte sofisticados. “Esta operação é o reflexo de muito trabalho árduo e da colaboração internacional, essencial para combater um crime com estas dimensões transnacionais”, sublinhou o diretor da UNCTE.

Além da droga, as autoridades encontraram duas armas de fogo, uma prensa industrial, diversos equipamentos laboratoriais e grandes quantidades de produtos químicos essenciais para a transformação da pasta de cocaína. Foi ainda apreendida uma elevada quantia de dinheiro em numerário, indicando a magnitude financeira da operação.

O desmantelamento deste laboratório é o quinto realizado pela PJ desde dezembro de 2022, sinalizando uma mudança nos métodos das redes internacionais de tráfico de estupefacientes. Em vez de trazerem cocaína já processada para Portugal, estas redes têm optado por importar a pasta base e realizar a transformação localmente. Este método reduz os riscos de deteção durante o transporte e amplia os lucros, aproveitando a posição estratégica de Portugal como porta de entrada na Europa.

A operação reforça o papel de Portugal no combate ao tráfico de droga internacional e marca um importante passo na luta contra organizações como o PCC. “Trata-se de uma infraestrutura de larga escala que foi desmantelada, com impacto significativo no abastecimento de cocaína para a Europa”, concluiu Artur Vaz, destacando que a investigação continua ativa e poderão surgir novos desenvolvimentos.

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Os politicos que permitem que isto aconteça deviam ser responsabilizados criminalmente....