Militares da GNR obrigados a limpar ervas para receber ministro

A Associação dos Profissionais da Guarda denunciou, esta quinta-feira, que os profissionais da GNR da Unidade de Segurança e Honras do Estado foram obrigados a fazer trabalhos de limpeza das ervas daninhas que circundam o 3.º esquadrão daquela unidade, na Calçada da Ajuda, em Lisboa, nos dias 28 e 31 de março.

Também foram obrigados, segundo a Associação dos Profissionais da Guarda (APG), a pintar os muros do esquadrão. Aquela unidade vai receber o ministro Miguel Macedo segunda-feira, no âmbito do seu 7.º aniversário. Como tal, "foi entendido que os profissionais da GNR deveriam realizar trabalhos estranhos às suas funções e indignos de agentes da autoridade", refere a APG.

Confrontado, esta sexta-feira em Guimarães, sobre a denúncia, Miguel Macedo disse desconhecer: "Não sei sequer do que está a falar, não conheço nenhum comunicado sobre uma situação desse género".

Fonte:JN

Se eu comentar vou dizer muitos palavrões, como tal vou calar-me. Mais do mesmo.

No espaço onde exercemos a nossa atividade profissional e por conseguinte, passamos a maior parte do tempo, para que a higiene prevaleça, é sempre agradável geri-lo de forma a ficar limpo e arrumado. No entanto, fazendo fé na noticia, parece-me descabido colocar militares a servir de pintores da construção civil e jardineiros, pois não tem qualquer lógica aplausível.

Então e estes vão ser punidos por fazer biscates também?

dragao escreveu:No espaço onde exercemos a nossa atividade profissional e por conseguinte, passamos a maior parte do tempo, para que a higiene prevaleça, é sempre agradável geri-lo de forma a ficar limpo e arrumado. No entanto, fazendo fé na noticia, parece-me descabido colocar militares a servir de pintores da construção civil e jardineiros, pois não tem qualquer lógica aplausível.

Militares pintores, serventes de mesa e bares, motoristas particulares entre outros é todos os dias. As associações também o deveriam denunciar

Eis o comunicado que originou a noticia...

APG/GNR escreveu:

Nota à Imprensa
Profissionais da GNR pintam muros e limpam ervas para receber o Ministro

Cerca de 30 profissionais da GNR da Unidade de Segurança e Honras de Estado, à semelhança do que, lamentavelmente já sucedeu noutras ocasiões, foram incumbidos de capinar e pintar muros do 3º Esquadrão desta unidade nos dias 28 e 31 de Março.

No dia 7 de Abril comemorar-se-á o aniversário da Unidade e, não obstante o bom senso indicar que, considerando as restrições orçamentais, não devam ser despendidas verbas em comemorações, a USHE irá receber o Ministro da Administração Interna por esta ocasião, motivo pelo qual, aparentemente, foi entendido que os profissionais da GNR deveriam realizar trabalhos estranhos às suas funções e indignos de agentes da autoridade.

Os profissionais da GNR têm formação para desempenharem funções de segurança pública e certamente que o cidadão não verá com bons olhos que sejam usados neste tipo de serviços, que em nada dignificam a imagem da Instituição GNR, que deveria, acima de tudo, demonstrar respeito pelos elementos que a servem.

Refira-se que este género de serviços, a par das faxinas eram considerados “punições” à vigência do RDM, que já não vigora há 15 anos.

A APG/GNR lamenta que os profissionais, com receio de represálias, tenham que executar estas tarefas, bem como o esforço financeiro e humano despendido nesta cerimónia, numa altura em que, exactamente por falta de verbas, falta de tudo um pouco nos Postos, em que há instalações absolutamente degradadas, viaturas obsoletas, em que os profissionais da GNR têm que, diariamente, trabalhar no limite das condições mínimas exigíveis para o exercício da segurança pública.

Lisboa, 3 de Abril de 2014
A Direcção Nacional

Salazaresco, para não dizer pior...

Agora que estou a pensar trabalhar também fora da Guarda, fico feliz por saber que vou poder solicitar autorização para voltar às obras e que tal não me vai ser indeferido.
Já sabia que ser empregado de mesa não é indigno ou contrário à condição de militar da Guarda, agora vou poder ser também pedreiro e pintor.
Agora ironias à parte, considero que:
- qualquer trabalho sério e lícito é digno;
- não tenho nada contra os militares cuidarem do aquartelamento executando pequenas reparações ou melhorias, desde que o façam voluntariamente, nos dias de instrução ou de atividade reduzida (afinal é a nossa casa);
- não estamos em tempo para festas e, se as fizermos, há que escolher bem quem convidamos.

Militares da Guarda a executar trabalhos a que já nem Soldados SEN se obrigavam é, no mínimo, lamentável para todos e envergonha quem tal ordena.

O que faz o pessoal da USHE durante o ano!?
"foi entendido que os profissionais da GNR deveriam realizar trabalhos estranhos às suas funções e indignos de agentes da autoridade"
Quanto destes militares da USHE exercem funções de agentes de autoridade!?

O cerne da questão....."festas"

Se bem entendo .... trabalhar é indigno de um militar...
A única coisa que é censurável é o facto de procederem a limpezas porque esse individuo, que nem vou escrever o nome porque ele sim é indigno que eu pronuncie ou escreva o seu nome, lá vai.
Esses senhores ou melhor...SENHORES.... deviam se expurgados e se colocados onde realmente fazem falta e fazer serviço policial.
Se calhar fazer serviço policial é indigno de indivíduos com formação policial, fazer guardas é que é bom.
Mas a culpa não é dos apanhadores de ervas e pintores de muros, a culpa é dos outros ...... vocês sabem de quem estou a falar.
Já agora tenho um muro para pintar, a quem tenho que solicitar o serviço?

O dinheiro que pouparam em ter uma empresa civil a efetuar esse trabalho, gastam no banquete...

http://forumgnr.virtuaboard.com/t34895-militares-da-gnr-a-tempo-inteiro-trabalhadores-nas-horas-vagas#475760
Expliquem-me lá porque é que arrancar umas ervas e pintar uns muros é desprestigiante no horário de serviço e não é fora do horário de serviço?!!!
Vamos lá a ver, se esse individuo que ia visitar lá o quartel da GNR não fosse lá ninguém ia limpar nada, as ervas iam crescer até ao telhado dos edifícios, que cambada de hipócritas, o que está mal é fazerem limpezas porque esse individuo lá vai.
Os postos da gnr devem ser mantidos limpos o ano todo, para bem do pessoal que lá trabalha e não porque um individuo qualquer lá vai.
Até mete nojo a hipocrisia.

em todos os postos que estive sempre houve capinagem.
cumps
acao

Capinagem só no meu quintal.

acao escreveu:em todos os postos que estive sempre houve capinagem.
cumps
acao

e entao ? isso é correcto ? ja parece a M80... "antigamente antigamente" os tempos mudam !! e isto nao tem razao de ser !

GIA2050 escreveu:O dinheiro que pouparam em ter uma empresa civil a efetuar esse trabalho, gastam no banquete...

tudo dito.

25 jul, 2008

GNR com processo-crime por recusar lavar pratos

«Recusou-se a lavar pratos e a limpar o chão da cozinha do Regimento de Infantaria da GNR. Um agente de 24 anos enfrenta, por isso, um processo-crime por ter desobedecido a um superior hierárquico. Noutra instituição só enfrentaria um processo disciplinar. Na GNR a justiça é militar
Um agente da GNR, de 24 anos, foi alvo de um processo-crime, instaurado pela instituição, por se ter recusado a lavar os pratos e a limpar o chão da cozinha no Regimento de Infantaria, em Lisboa. Ao afirmar que ingressou naquela força de segurança para realizar outro tipo de serviços, que não aquele, um oficial constituiu--o arguido, com o termo de identidade e residência (TIR), e enviou o auto de notícia para o Ministério Público que vai agora avançar com a investigação. O porta-voz do Comando-Geral da GNR disse ao DN ter tido conhecimento apenas de um processo disciplinar ontem aberto.
"Não entendemos nem aceitamos que sejam impostas faxinas a agentes da segurança pública e que, perante a preservação da sua dignidade, se pretenda punir desta forma, como se de criminosos se tratasse. Certamente que o cidadão não entenderá porque é que, face ao aumento substancial dos índices de criminalidade, existem polícias dentro de uma cozinha a lavar pratos."
Esta foi a reacção da Associação dos Profissionais da Guarda - APG/GNR perante aquele processo--crime. Segundo José Manageiro, presidente desta entidade, "outros profissionais, com o receio de represálias por parte dos superiores hierárquicos, têm aceitado e realizado este tipo de tarefas".
Neste caso, trata-se de um jovem de 24 anos, novo na profissão, mais corajoso, que terá manifestado a sua indisponibilidade para se submeter ao "vexame e à humilhação de fazer a faxina quando havia aderido à instituição com outras expectativas. Se quisesse lavar pratos teria ido trabalhar para um hotel".
Este tipo de atitude consubstanciou uma desobediência a um superior hierárquico. Numa outra instituição pública daria aso, eventualmente, a um processo disciplinar. Mas, a GNR tem natureza militar, estando sujeita ao código de justiça militar. Uma desobediência é considerada crime, mesmo em tempo de paz (ver caixa). Agora, cabe ao MP averiguar se, de facto, foi praticado um crime e, no caso afirmativo, deduzir acusação e enviar para julgamento.
Segundo José Manageiro, a "APG/GNR há já muito que tem vindo a exigir a revogação de normas e regulamentos inspirados nos moldes do Estado Novo, entre os quais se encontra o actual Regulamento Geral de Serviço".
Conforme explicou, "nos termos do Estatuto em vigor, o profissional da Guarda é agente da força pública e de autoridade e órgão de polícia criminal, fiscal e aduaneira. Em lugar algum, no rol das funções que lhe são acometidas, está prevista a realização de faxinas ou de outras tarefas igualmente indignas de agentes da segurança pública".
O agente arguido está integrado no Regimento de Cavalaria. Tal como ele, também outros são escalados para fazer faxina no Regimento de Infantaria. Já vários ministros da Administração Interna, nomeadamente o anterior, António Costa, têm vindo a defender que os polícias são para andar na rua. Mas, pelos vistos, tudo permanece na mesma.
O porta-voz do Comando-Geral da GNR, tenente-coronel Costa Lima, disse, ao DN, ter tido conhecimento da instauração de um processo disciplinar, sem, contudo, negar a existência do processo-crime. »|
LICÍNIO LIMA

Nos regimentos há gente e tempo a mais disponível, o que dá para que este tipo de situações ocorram.
Se colocassem os homens onde fazem falta, que é nos postos isto não acontecia.
Se não se sentem bem nos regimentos e acham duro arrancar ervas e pintar paredes, venham para os postos que aqui a vida é menos dura...

Eu também sou OPC, e já andei a ajudar a pintar um posto, e a mudar as telhas de outro.. E nunca me caiu um braço.

Queria aqui salientar esta quote:

Edr See escreveu:"foi entendido que os profissionais da GNR deveriam realizar trabalhos estranhos às suas funções e indignos de agentes da autoridade"
Quanto destes militares da USHE exercem funções de agentes de autoridade!?

Realmente, visto que exercem funções que vão um pouco além das de OPC, não vejo qual o mal em terem um trabalho um pouco fora do comum, como ajudar a limpar o aquartelamento.

Isto é a minha opinião! Acho que já me acostumei um pouco ao facto de que os Guardas e Polícias Portugueses são "pau para toda a obra".

Meus amigos, estive 5 anos no famoso tarrafal, também conhecido por 4º esquadrão! Sei muito bem o que por lá se passa. Campinar, pintar, cavar e rebocar muros, era o prato do dia! mas não pensem que é pessoal obrigado! É pessoal que o faz porque quer! Quem faz esse tipo de serviço é a secção de obras, carpinteiros, pintores e trolhas. Porque num universo de quase 200 homens (não sei ao certo quantos lá estão colocados) apenas cerca de 30 estão à linha a fazer patrulhas, os restantes são quarteleiros, baristas, condutores, tratadores, ferradores, sapateiros, carpinteiros, canalizadores, correeiros, corneteiros e até um responsável pelo ginásio! Este tipo de noticia chega à comunicação social, apenas quando metem pessoal da linha a campinar, que com razão, mete a boca no trombone. Mas a USHE está organizada assim, quem está à linha mama serviços, patrulhas, sabados, domingos e feriados, os outros são trolhas mas trabalham de segunda a sexta (ás vezes) e das 09h às 05h (também às vezes) por isso arrancam ervas de boa vontade! e até dá mais louvores e compensações. Quando foi a inauguração da famosa pista de obstáculos, um trolha que estava no esquadrão à 6 meses, ganhou um louvor por ter feito um muro com meia dúzia de metros de cumprimento.
Mentalizem-se que enquanto os trolhas tiverem todas as regalias, vai haver sempre lambe botas e gajos a fazerem fila para arrancar ervas!

Em verdade tem k s dar a mao à palmatoria que esses serviços mantem-se porque existem militares da Guarda que preferem isso, a serem realmente Guardas... infelizmente é triste acontecer...

PedroSantos escreveu:Em verdade tem k s dar a mao à palmatoria que esses serviços mantem-se porque existem militares da Guarda que preferem isso, a serem realmente Guardas... infelizmente é triste acontecer...

Também acho triste, mas não posso censurar! Usando as palavras de um antigo Capitão: "Quando a linha estiver bem, ninguém quer ir para impedido"
Nunca fui impedido, mas tive camaradas que o foram. E nem sempre gostavam do que faziam, mas para conseguirem estar com a família, tinham que se sujeitar. Alguns eram do Porto, chaves ou outras terras longínquas. Se estivessem à linha, a fazer patrulhas, tinham uma folga no dia seguinte ao serviço (que não chega a ser folga nenhuma) a opção era ir para "lacaio" para conseguir ir a casa! por isso não posso culpar muitos deles, apenas posso culpar os senhores que fazem com que este tipo de situações aconteçam, para terem condutores e tratadores "ás carradas" e é só escolher.
Se os ministros e a opinião publica soubesse o que se passa dentro destas "quintas" isto dava uma volta! Mas infelizmente anda tudo muito escondido!
todos os anos se fala em meter mais Guardas na rua, mas quantos é que realmente vêem? Zero!!!!!!!!!!!!!!
A Guarda é uma instituição que apenas existe para satisfazer as mordomias de alguns senhores, quem pensa que serve para servir o cidadão, anda muito enganado!