Mudança. GNR vai ter novo comandante-geral
Página 2 de 2 • Compartilhe
Página 2 de 2 • 1, 2
Mudança. GNR vai ter novo comandante-geral
Relembrando a primeira mensagem :
Mudança. GNR vai ter novo comandante-geral
Por Rosa Ramos
publicado em 28 Fev 2014 - 05:00
Sportinguista ferrenho, teimoso e implacável com a disciplina.O tenente-general Newton Parreira faz 62 anos e passa à reforma
O comandante-geral da GNR, Newton Parreira, vai reformar-se em Abril, mês em que completa 62 anos. Até lá, o governo terá de nomear um sucessor e nos corredores há já quem aponte o coronel Mateus Couto - actual presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil e que já foi general na GNR.
Não há uma data certa para que Newton Parreira deixe o gabinete no Largo do Carmo, em Lisboa, mas, tendo em conta que o Dia da Guarda se assinala a 3 de Maio, fontes ouvidas pelo i acreditam que o comandante-geral possa fazer o seu último discurso na cerimónia. O gabinete de relações públicas confirma a reforma do general, mas não adianta quaisquer pormenores sobre a saída.
Newton Parreira tomou posse em Janeiro de 2011. Na altura, a nomeação foi pacífica e até elogiada pelas associações socioprofissionais da GNR. "É o único general da Guarda que comandou uma brigada territorial. Por isso, os militares reconheciam que, ao contrário de comandantes anteriores, conhecia a realidade no terreno", conta uma fonte. Quem trabalhou com Newton Parreira - que chefiou a Brigada Territorial 2, passou pela Academia Militar, pelo gabinete do General Chefe do Estado-Maior do Exército e pela Unidade de Intervenção da GNR - reconhece-lhe a teimosia e as convicções fortes. "Quando assume um objectivo é incansável até conseguir cumpri-lo", conta outra fonte. Culpa da personalidade forte, Newton Parreira ganhou inimizades dentro e fora da Guarda. Não é apreciado na Polícia Marítima por ter reforçado o papel da GNR no controlo costeiro e muito menos na PSP, por defender que a Guarda deve ser a única força de segurança com a alçada do trânsito.
Nos corredores da GNR comenta-se como é implacável com a falta de lealdade ou qualquer traição. "Diz-se que quando algum oficial pisa a linha é enviado para a Inspecção-Geral da Guarda [uma espécie de prateleira dourada da instituição]", diz uma das fontes com quem o i conversou. O pulso forte foi visível quando, em Setembro de 2012, exonerou o comandante de Braga por ter deixado que militares fardados participassem num encenação teatral chamada "O funeral de Portugal", no âmbito da Guimarães, Capital Europeia da Cultura. O comandante de Setúbal também acabou exonerado, no ano passado, por ter interposto uma providência cautelar contra a entrada de generais das Forças Armadas na GNR - pedidos por Newton Parreira ao ministro. Num despacho interno, o general explicava que o comportamento do coronel tinha posto em causa o "inarredável vínculo de confiança pessoal" que faziam dele comandante. Antes, já tinha sido afastado o tenente-coronel António Martins, chefe da secção de justiça do comando-geral, igualmente por por quebra de confiança, por ter organizado um jantar de 12 pessoas na Casa do Alentejo em que se pedia apoios contra a entrada de generais do Exército. Esta faceta da personalidade do general tem muito a ver com o perfil característico dos militares da Unidade de Intervenção - que chefiou e que, garantem alguns, continua a ser a "menina dos olhos" do comandante-geral.
Ao contrário de comandantes anteriores, Newton Parreira é visto pelos militares como um homem pouco ligado a questões políticas e muito próximos dos seus homens. Quando chegou ao cargo, tratou logo de propor à tutela a reactivação das brigadas de trânsito e fiscal - cuja extinção sempre foi amplamente criticada na GNR. O general não teve pudores, por outro lado, em enfrentar Vítor Gaspar. Em Outubro de 2012, e para evitar que viaturas da GNR tivessem de parar, pondo em causa a operacionalidade, autorizou despesas que a lei dos compromissos impedia e pediu um regime de excepção às Finanças. E avisou o governo, em plena cerimónia do Centenário da Guarda, que a instituição estava no limite.
O rigor orçamental - culpa das dificuldades económicas - marcou a liderança do tenente-general. Newton Parreira cortou em quase tudo e ordenou que não se assinalasse com pompa e circunstância o Dia da Guarda e os dias das Unidades. Até o habitual concerto de ano novo chegou a ser cancelado. Já este ano, apresentou 12 medidas urgentes de contenção. O seu comando também fica marcado pela implementação de vários programas de apoio a idosos e a crianças. "Investiu muito no aspecto social da Guarda e na GNR enquanto instituição que presta apoio à comunidade", resume outra fonte.
Sportinguista ferrenho, Newton Parreira tem um fascínio por Timor-Leste - conseguiu que fosse a GNR a dar formação à polícia local, ofereceu material de inactivação de explosivos ao país e tem vários objectos timorenses no gabinete. A ligação tem uma explicação: o general passou parte da infância em Timor, apesar de ter nascido em 1952 em Lisboa. É discreto, recusa todos os pedidos de entrevista e costuma fugir de jornalistas. É casado, tem dois filhos e defende acerrimamente a GNR. Numa reunião recente voltou a dizer, com todas as letras, que a Guarda é "a melhor instituição do país no que diz respeito ao dinheiro que recebe e ao trabalho que faz".
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/mudanca-gnr-vai-ter-novo-comandante-geral/pag/-1
Que goze a sua merecida reforma, com saúde e paz, na companhia dos seus.
Mudança. GNR vai ter novo comandante-geral
Por Rosa Ramos
publicado em 28 Fev 2014 - 05:00
Sportinguista ferrenho, teimoso e implacável com a disciplina.O tenente-general Newton Parreira faz 62 anos e passa à reforma
O comandante-geral da GNR, Newton Parreira, vai reformar-se em Abril, mês em que completa 62 anos. Até lá, o governo terá de nomear um sucessor e nos corredores há já quem aponte o coronel Mateus Couto - actual presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil e que já foi general na GNR.
Não há uma data certa para que Newton Parreira deixe o gabinete no Largo do Carmo, em Lisboa, mas, tendo em conta que o Dia da Guarda se assinala a 3 de Maio, fontes ouvidas pelo i acreditam que o comandante-geral possa fazer o seu último discurso na cerimónia. O gabinete de relações públicas confirma a reforma do general, mas não adianta quaisquer pormenores sobre a saída.
Newton Parreira tomou posse em Janeiro de 2011. Na altura, a nomeação foi pacífica e até elogiada pelas associações socioprofissionais da GNR. "É o único general da Guarda que comandou uma brigada territorial. Por isso, os militares reconheciam que, ao contrário de comandantes anteriores, conhecia a realidade no terreno", conta uma fonte. Quem trabalhou com Newton Parreira - que chefiou a Brigada Territorial 2, passou pela Academia Militar, pelo gabinete do General Chefe do Estado-Maior do Exército e pela Unidade de Intervenção da GNR - reconhece-lhe a teimosia e as convicções fortes. "Quando assume um objectivo é incansável até conseguir cumpri-lo", conta outra fonte. Culpa da personalidade forte, Newton Parreira ganhou inimizades dentro e fora da Guarda. Não é apreciado na Polícia Marítima por ter reforçado o papel da GNR no controlo costeiro e muito menos na PSP, por defender que a Guarda deve ser a única força de segurança com a alçada do trânsito.
Nos corredores da GNR comenta-se como é implacável com a falta de lealdade ou qualquer traição. "Diz-se que quando algum oficial pisa a linha é enviado para a Inspecção-Geral da Guarda [uma espécie de prateleira dourada da instituição]", diz uma das fontes com quem o i conversou. O pulso forte foi visível quando, em Setembro de 2012, exonerou o comandante de Braga por ter deixado que militares fardados participassem num encenação teatral chamada "O funeral de Portugal", no âmbito da Guimarães, Capital Europeia da Cultura. O comandante de Setúbal também acabou exonerado, no ano passado, por ter interposto uma providência cautelar contra a entrada de generais das Forças Armadas na GNR - pedidos por Newton Parreira ao ministro. Num despacho interno, o general explicava que o comportamento do coronel tinha posto em causa o "inarredável vínculo de confiança pessoal" que faziam dele comandante. Antes, já tinha sido afastado o tenente-coronel António Martins, chefe da secção de justiça do comando-geral, igualmente por por quebra de confiança, por ter organizado um jantar de 12 pessoas na Casa do Alentejo em que se pedia apoios contra a entrada de generais do Exército. Esta faceta da personalidade do general tem muito a ver com o perfil característico dos militares da Unidade de Intervenção - que chefiou e que, garantem alguns, continua a ser a "menina dos olhos" do comandante-geral.
Ao contrário de comandantes anteriores, Newton Parreira é visto pelos militares como um homem pouco ligado a questões políticas e muito próximos dos seus homens. Quando chegou ao cargo, tratou logo de propor à tutela a reactivação das brigadas de trânsito e fiscal - cuja extinção sempre foi amplamente criticada na GNR. O general não teve pudores, por outro lado, em enfrentar Vítor Gaspar. Em Outubro de 2012, e para evitar que viaturas da GNR tivessem de parar, pondo em causa a operacionalidade, autorizou despesas que a lei dos compromissos impedia e pediu um regime de excepção às Finanças. E avisou o governo, em plena cerimónia do Centenário da Guarda, que a instituição estava no limite.
O rigor orçamental - culpa das dificuldades económicas - marcou a liderança do tenente-general. Newton Parreira cortou em quase tudo e ordenou que não se assinalasse com pompa e circunstância o Dia da Guarda e os dias das Unidades. Até o habitual concerto de ano novo chegou a ser cancelado. Já este ano, apresentou 12 medidas urgentes de contenção. O seu comando também fica marcado pela implementação de vários programas de apoio a idosos e a crianças. "Investiu muito no aspecto social da Guarda e na GNR enquanto instituição que presta apoio à comunidade", resume outra fonte.
Sportinguista ferrenho, Newton Parreira tem um fascínio por Timor-Leste - conseguiu que fosse a GNR a dar formação à polícia local, ofereceu material de inactivação de explosivos ao país e tem vários objectos timorenses no gabinete. A ligação tem uma explicação: o general passou parte da infância em Timor, apesar de ter nascido em 1952 em Lisboa. É discreto, recusa todos os pedidos de entrevista e costuma fugir de jornalistas. É casado, tem dois filhos e defende acerrimamente a GNR. Numa reunião recente voltou a dizer, com todas as letras, que a Guarda é "a melhor instituição do país no que diz respeito ao dinheiro que recebe e ao trabalho que faz".
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/mudanca-gnr-vai-ter-novo-comandante-geral/pag/-1
Que goze a sua merecida reforma, com saúde e paz, na companhia dos seus.
Última edição por Croco em Sex 28 Fev 2014, 22:14, editado 1 vez(es)
Croco- Major
-
Idade : 55
Profissão : Militar da GNR
Nº de Mensagens : 8373
Mensagem : "Não faças aos outros o que não queres que os outros te façam a ti".
“Karma tarda mas não falha".
A MINHA ETAPA TERMINOU, BOA SORTE PARA VOÇES.
Meu alistamento : 1991 CIP
leal- Cabo-Mor
-
Idade : 49
Profissão : cabo
Nº de Mensagens : 341
Meu alistamento : 1.º 1996 grande alistamento
Página 2 de 2 • 1, 2
Tópicos semelhantes
» 2.º Cmdt Geral da GNR - Cessa funções do cargo que ocupava até à presente data (em atualização)
» Novo comandante-geral da GNR promete racionalização de recursos
» General Comandante Geral da GNR abre guerra por salários
» Novo comandante-geral da GNR repudia "qualquer ato de racismo" ou comportamento contra dignidade humana
» dia da Guarda 3 maio
» Novo comandante-geral da GNR promete racionalização de recursos
» General Comandante Geral da GNR abre guerra por salários
» Novo comandante-geral da GNR repudia "qualquer ato de racismo" ou comportamento contra dignidade humana
» dia da Guarda 3 maio
Página 2 de 2
Qui 16 maio 2024, 17:03 por Guarda que anda à linha
» Presidente da República - Profissionais da GNR e da PSP, e das outras polícias, devem ter regime compensatório equiparado ao da Polícia Judiciária
Seg 13 maio 2024, 22:20 por dragao
» GNR ia sendo atropelado no despiste de piloto do Rally de Portugal em Arganil (com vídeo)
Sáb 11 maio 2024, 14:34 por dragao
» Fisco não cobra valores de IRS inferiores a 25 euros e não reembolsa menos de 10 euros
Ter 07 maio 2024, 13:31 por conchinha
» "Consternação". Marcelo lamenta morte de GNR em prova de esforço
Sáb 06 Abr 2024, 20:13 por dragao
» Militares da GNR vão a julgamento por não passar multa de estacionamento
Sex 05 Abr 2024, 23:11 por Ice
» IRS a entregar em 2024: como preencher passo a passo?
Qua 03 Abr 2024, 23:29 por smelly
» Polícias filmados a agredir jovens em Setúbal. PSP "instaurou processo"
Qua 03 Abr 2024, 20:40 por dragao
» A partir de hoje já pode entregar a sua declaração de IRS
Seg 01 Abr 2024, 14:56 por dragao
» Filho de líder do Comando Vermelho desafia GNR à saída de loja
Sáb 30 Mar 2024, 17:06 por dragao
» Centenas de GNR promovidos mas prejudicados
Qua 20 Mar 2024, 18:09 por zucatruca
» Suicídio dos elementos das Forças de Segurança
Seg 18 Mar 2024, 10:24 por micro_fz
» Governo aprovou a promoção de 1.850 efetivos na GNR
Sex 15 Mar 2024, 22:16 por filipemx
» Emissão de Carta de Condução – Nova funcionalidade disponível
Ter 12 Mar 2024, 10:46 por conchinha
» O que muda com as novas regras para terminar o Ensino Secundário?
Qui 07 Mar 2024, 18:18 por dragao