Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser atacados...
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Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser atacados...
"Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser atacados"
por Valentina Marcelino
Carlos Anjos, esta semana, na sede da Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes Violentos Fotografia
© Paulo Spranger / Globa Imagens
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=4461545&page=-1
por Valentina Marcelino
Carlos Anjos, esta semana, na sede da Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes Violentos Fotografia
© Paulo Spranger / Globa Imagens
Entrevista com Carlos Anjos, inspetor-chefe da Polícia Judiciária e Presidente da Comissão de Proteção às Vítimas dos Crimes Violentos. Elogia que a investigação tenha chegado aos altos quadros.
Crime económico foi durante 12 anos o alvo de Carlos Anjos, que integrou a Unidade de Combate à Corrupção. A presidir atualmente à Comissão de Proteção de Vítimas de Crimes Violentos, não esconde a sua satisfação pelas recentes detenções relacionadas com esses crimes. Defende a criação de uma polícia única de investigação criminal, com quadros da PJ, da GNR e da PSP e critica a recente proposta de um grupo de ex-governantes e académicos para colocar todas as polícias debaixo da mesma tutela política.
Como ex-inspetor chefe da UNCC, como vê este crime com tão poucas condenações?
Há muitas condenações pelos chamados crimes conexos, peculato, abuso de poder, etc., Corrupção também há algumas. O que acontece é que, por vezes, quando se abre o processo, há indícios de crime de corrupção, mas depois durante a investigação só se conseguem provar os crimes relacionados. Mas a situação está a mudar.
A que rede corrupta que usa Estado, se referia a Procuradora-Geral da República?
Não o entendi como uma rede organizada em todo o Estado, mas antes como redes setoriais, como se tem vindo a verificar nas recentes detenções de quadros do ministério da Economia, Justiça, Segurança Social, Administração Interna. E a grande diferença é que as pessoas que têm estado a ser detidas, ao contrário do que era antes, que era o fiscal da obra, ou o polícia do trânsito por exemplo, agora são diretores de serviço, presidentes de institutos e até diretores de polícia. A investigação da corrupção foi lançada para os altos quadros. Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser muito bem muito atacados.
Os juízes estão a ser menos tolerantes com este crime?
Mudou a forma como os Tribunais olham para esta questão. Não se pode olhar para um processo de corrupção, como se olha para outro crime qualquer. Houve uma mudança de paradigma. Quando se prende um traficante de droga, a prova é física, é a droga. Num assaltante, é o produto de roubo que faz a prova. No crime económico isso não existe. Lembro-me de um caso de um suspeito que tinha todos os seus bens numa offshore que, por acaso, estava em nome de um amigo. Ora, o direito de uso, devia ser igual ao direito de posse. Não há um papel que diga que a offshore é dele, mas também nunca haverá, porque as offshores foram criada, precisamente, para não existir esse papel. A prova deste crime é feita de registos bancários, de contas em nome de pessoas que não têm a posse do dinheiro. Possivelmente por influência da crise, o crime económico na mentalidade de todos os portugueses, incluindo dos juízes, passou a ter um valor muito maior.
Leia mais na edição impressa ou no e-paper do DNCrime económico foi durante 12 anos o alvo de Carlos Anjos, que integrou a Unidade de Combate à Corrupção. A presidir atualmente à Comissão de Proteção de Vítimas de Crimes Violentos, não esconde a sua satisfação pelas recentes detenções relacionadas com esses crimes. Defende a criação de uma polícia única de investigação criminal, com quadros da PJ, da GNR e da PSP e critica a recente proposta de um grupo de ex-governantes e académicos para colocar todas as polícias debaixo da mesma tutela política.
Como ex-inspetor chefe da UNCC, como vê este crime com tão poucas condenações?
Há muitas condenações pelos chamados crimes conexos, peculato, abuso de poder, etc., Corrupção também há algumas. O que acontece é que, por vezes, quando se abre o processo, há indícios de crime de corrupção, mas depois durante a investigação só se conseguem provar os crimes relacionados. Mas a situação está a mudar.
A que rede corrupta que usa Estado, se referia a Procuradora-Geral da República?
Não o entendi como uma rede organizada em todo o Estado, mas antes como redes setoriais, como se tem vindo a verificar nas recentes detenções de quadros do ministério da Economia, Justiça, Segurança Social, Administração Interna. E a grande diferença é que as pessoas que têm estado a ser detidas, ao contrário do que era antes, que era o fiscal da obra, ou o polícia do trânsito por exemplo, agora são diretores de serviço, presidentes de institutos e até diretores de polícia. A investigação da corrupção foi lançada para os altos quadros. Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser muito bem muito atacados.
Os juízes estão a ser menos tolerantes com este crime?
Mudou a forma como os Tribunais olham para esta questão. Não se pode olhar para um processo de corrupção, como se olha para outro crime qualquer. Houve uma mudança de paradigma. Quando se prende um traficante de droga, a prova é física, é a droga. Num assaltante, é o produto de roubo que faz a prova. No crime económico isso não existe. Lembro-me de um caso de um suspeito que tinha todos os seus bens numa offshore que, por acaso, estava em nome de um amigo. Ora, o direito de uso, devia ser igual ao direito de posse. Não há um papel que diga que a offshore é dele, mas também nunca haverá, porque as offshores foram criada, precisamente, para não existir esse papel. A prova deste crime é feita de registos bancários, de contas em nome de pessoas que não têm a posse do dinheiro. Possivelmente por influência da crise, o crime económico na mentalidade de todos os portugueses, incluindo dos juízes, passou a ter um valor muito maior.
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Re: Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser atacados...
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CARI2013- Sargento-Mor
-
Idade : 41
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 2860
Mensagem : «Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.»
(Michel de Montaigne)
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
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