Polícias dizem que direção da PSP quer branquear suicídios
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Polícias dizem que direção da PSP quer branquear suicídios
Polícias dizem que direção da PSP quer branquear suicídios
Vários agentes da PSP têm-se suicidado desde o início do ano.
A direção nacional da PSP está mais preocupada em "branquear o problema dos suicídios" de polícias do que em "atacar" a situação, afirmaram esta terça-feira, em Coimbra, diversos elementos daquela força policial, num debate promovido pela associação sindical.
A acusação partiu de diversos polícias, durante um debate sobre "a realidade policial", que decorreu esta terça-feira no auditório do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC)/Coimbra Business School, promovido pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Alguns dos intervenientes relataram casos concretos para ilustrarem as suas convicções, que também atingem o gabinete de apoio psicológico da Polícia.
Agente medicado com comprimidos para dormir
Alertado para o caso de um agente que, numa sexta-feira, evidenciava sinais de "grande instabilidade" e se referia de forma recorrente ao suicídio, aquele gabinete reagiu informando que, "na segunda-feira [seguinte], alguém do Gabinete se deslocaria à esquadra [respetiva] para falar com ele".
O desemprego da mulher, "problemas familiares", "problemas bancários" e com "processos disciplinares às costas" levou outro agente a pensar pôr termo à vida e foi "encaminhado para o gabinete psicológico", que lhe "deu comprimidos para dormir" e o deixou "zombie", como relatou.
As chefias não só não o apoiaram como lhe moveram processos disciplinares, contou o polícia, confessando que lhe valeram os colegas, particularmente um deles, também participante no debate desta terça-feira e testemunha do caso, "felizmente totalmente ultrapassado".
Problemas de saúde, reconhecidos pelo próprio gabinete médico da PSP, desaconselharam um agente a viajar. Para evitar deslocações diárias de cerca de 150 quilómetros, entre a residência e o local de trabalho, pediu transferência para uma esquadra do Grande Porto, mas a direção da PSP não acedeu e disse-lhe que "comprasse uma casa" nesta zona.
"A preocupação da direção [nacional da PSP] e da tutela é mais branquear do que prevenir e resolver o problema", subscreve o presidente da ASSP, Paulo Rodrigues, referindo que este ano "já se registaram sete suicídios" na PSP, quantidade só igualada em 2011 - "desde 2009, é de quatro a média anual de suicídios" na PSP.
Falta de condições de segurança no trabalho
Uma das razões que explica aquela taxa de suicídios relaciona-se com a falta de condições de segurança e higiene no local de trabalho, sublinhou o jurista e técnico de higiene e segurança no trabalho da CGTP Hugo Dionísio, um dos conferencistas convidados para o debate desta terça-feira, em que participaram mais de duas centenas de polícias.
Não há em Portugal nenhuma entidade que fiscalize as condições de segurança e higiene na PSP e a ASSP, em 2009, queixou-se da situação à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e promoveu uma reclamação coletiva junto do Conselho da Europa.
Ambas as instituições internacionais consideraram estar-se perante uma situação "não admissível" e que Portugal estava obrigado a ultrapassá-la, mas "continua tudo na mesma", disse à agência Lusa, à margem do encontro, Paulo Rodrigues.
O Ministério da Administração Interna atribuiu essa competência à Inspeção-Geral das Atividades Económicas (IGAE), mas a tarefa continua a não fazer parte das atribuições deste órgão, por falta do diploma legal que lhe permita ter acesso e inspecionar o interior das instalações da PSP.
"O grande amortecedor das crises vinha sendo o Estado social" e também por isso é "muito precupante" o seu fim, alertou, durante a sua intervenção, Manuel Castelo Branco, presidente do ISCAC, que acolheu o debate.
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/policias_dizem_que_direcao_da_psp_quer_branquear_suicidios.html
Vários agentes da PSP têm-se suicidado desde o início do ano.
A direção nacional da PSP está mais preocupada em "branquear o problema dos suicídios" de polícias do que em "atacar" a situação, afirmaram esta terça-feira, em Coimbra, diversos elementos daquela força policial, num debate promovido pela associação sindical.
A acusação partiu de diversos polícias, durante um debate sobre "a realidade policial", que decorreu esta terça-feira no auditório do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC)/Coimbra Business School, promovido pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Alguns dos intervenientes relataram casos concretos para ilustrarem as suas convicções, que também atingem o gabinete de apoio psicológico da Polícia.
Agente medicado com comprimidos para dormir
Alertado para o caso de um agente que, numa sexta-feira, evidenciava sinais de "grande instabilidade" e se referia de forma recorrente ao suicídio, aquele gabinete reagiu informando que, "na segunda-feira [seguinte], alguém do Gabinete se deslocaria à esquadra [respetiva] para falar com ele".
O desemprego da mulher, "problemas familiares", "problemas bancários" e com "processos disciplinares às costas" levou outro agente a pensar pôr termo à vida e foi "encaminhado para o gabinete psicológico", que lhe "deu comprimidos para dormir" e o deixou "zombie", como relatou.
As chefias não só não o apoiaram como lhe moveram processos disciplinares, contou o polícia, confessando que lhe valeram os colegas, particularmente um deles, também participante no debate desta terça-feira e testemunha do caso, "felizmente totalmente ultrapassado".
Problemas de saúde, reconhecidos pelo próprio gabinete médico da PSP, desaconselharam um agente a viajar. Para evitar deslocações diárias de cerca de 150 quilómetros, entre a residência e o local de trabalho, pediu transferência para uma esquadra do Grande Porto, mas a direção da PSP não acedeu e disse-lhe que "comprasse uma casa" nesta zona.
"A preocupação da direção [nacional da PSP] e da tutela é mais branquear do que prevenir e resolver o problema", subscreve o presidente da ASSP, Paulo Rodrigues, referindo que este ano "já se registaram sete suicídios" na PSP, quantidade só igualada em 2011 - "desde 2009, é de quatro a média anual de suicídios" na PSP.
Falta de condições de segurança no trabalho
Uma das razões que explica aquela taxa de suicídios relaciona-se com a falta de condições de segurança e higiene no local de trabalho, sublinhou o jurista e técnico de higiene e segurança no trabalho da CGTP Hugo Dionísio, um dos conferencistas convidados para o debate desta terça-feira, em que participaram mais de duas centenas de polícias.
Não há em Portugal nenhuma entidade que fiscalize as condições de segurança e higiene na PSP e a ASSP, em 2009, queixou-se da situação à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e promoveu uma reclamação coletiva junto do Conselho da Europa.
Ambas as instituições internacionais consideraram estar-se perante uma situação "não admissível" e que Portugal estava obrigado a ultrapassá-la, mas "continua tudo na mesma", disse à agência Lusa, à margem do encontro, Paulo Rodrigues.
O Ministério da Administração Interna atribuiu essa competência à Inspeção-Geral das Atividades Económicas (IGAE), mas a tarefa continua a não fazer parte das atribuições deste órgão, por falta do diploma legal que lhe permita ter acesso e inspecionar o interior das instalações da PSP.
"O grande amortecedor das crises vinha sendo o Estado social" e também por isso é "muito precupante" o seu fim, alertou, durante a sua intervenção, Manuel Castelo Branco, presidente do ISCAC, que acolheu o debate.
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/policias_dizem_que_direcao_da_psp_quer_branquear_suicidios.html
COELHO.X- Capitão
-
Idade : 46
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 5620
Mensagem : Passam Céleres Altivos e Impenetráveis..é a Cavalaria que Passa!
"Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa..."
Martin Luther King
Meu alistamento : (1999) Século Passado!!Há pois é.
Re: Polícias dizem que direção da PSP quer branquear suicídios
Os Guardas ainda estão pior, pois nem limite de horas, nem horario nem nada.
Mas não nos queixamos, pois está tudo bem!
Há que tomar exemplo para nós estes bons exemplos dos agentes da PSP.
Há que haver associações ou sindicatos da GNR com civis, sob pena de estarmos sempre com uma mordaça!
Mas não nos queixamos, pois está tudo bem!
Há que tomar exemplo para nós estes bons exemplos dos agentes da PSP.
Há que haver associações ou sindicatos da GNR com civis, sob pena de estarmos sempre com uma mordaça!
DNS- 2º Sargento
-
Idade : 112
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 760
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
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