"Não me suicidei por falta de coragem"
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"Não me suicidei por falta de coragem"
"Não me suicidei por falta de coragem"
Polícia há mais de 20 anos (não quer ser identificado), conta que por várias vezes tentou pôr fim à vida com a arma de serviço. Um testemunho na primeira pessoa. A família nunca soube.
O excesso de trabalho, os cortes no salário, que o deixaram sem dinheiro para pagar o empréstimo da casa, o desemprego inesperado da mulher, os maus resultados escolares da filha, a vergonha e o cansaço psicológico levaram-no ao limite.
"Bater no fundo foi agarrar numa das minhas armas, agarrar numa caixa de compridos ou analisar o que tenho em casa para que me pudesse enforcar, para pôr fim à minha vida. Isso foi bater no fundo", conta.
Ao serviço da Polícia de Segurança Pública há mais de 20 anos, não quer ser identificado, mas alertar para o que diz ser um assunto proibido.
"Acaba por ser um certo tabu, porque quem tem problemas psicológicos fecha-se, não quer que se saiba que tem problemas. No local de trabalho é muito difícil falar com os colegas, as nossas chefias não veem com bons olhos quando temos problemas pessoais e os levamos para casa".
Conta que atingiu um ponto de rutura. "Eu revoltava-me com tudo, com todos, mas as minhas chefias em vez de se preocuparem em tentar saber porque é que eu estava a mudar o comportamento, as minhas atitudes, a ter um comportamento demasiado agressivo e revoltado fez com que tivesse alguns processos disciplinares devido a essa atitude".
Recusou sempre a baixa psiquiátrica, procurou ajuda no gabinete de psicologia da PSP, mas após duas semanas a tomar ansiolíticos conta que se sentia um zombie e decidiu parar. Decidiu que devia ocupar o tempo livre, dedicou-se a vários desportos, procurou ajuda financeira e deu um novo rumo à vida.
"Ainda hoje a minha esposa não sabe o que me passou pela cabeça e das vezes que eu cheguei a ter a arma à minha frente e pensei fazê-lo, mas não tive coragem para o fazer".
Hoje, este agente da PSP já não está no serviço operacional por turnos, a mulher tem um emprego e a filha recuperou as boas notas, após ter mudado de escola.
http://www.msn.com/pt-pt/noticias/sociedade/n%c3%a3o-me-suicidei-por-falta-de-coragem/ar-AAg7J2K?li=AAaYVP2&ocid=mailsignoutmd
Polícia há mais de 20 anos (não quer ser identificado), conta que por várias vezes tentou pôr fim à vida com a arma de serviço. Um testemunho na primeira pessoa. A família nunca soube.
O excesso de trabalho, os cortes no salário, que o deixaram sem dinheiro para pagar o empréstimo da casa, o desemprego inesperado da mulher, os maus resultados escolares da filha, a vergonha e o cansaço psicológico levaram-no ao limite.
"Bater no fundo foi agarrar numa das minhas armas, agarrar numa caixa de compridos ou analisar o que tenho em casa para que me pudesse enforcar, para pôr fim à minha vida. Isso foi bater no fundo", conta.
Ao serviço da Polícia de Segurança Pública há mais de 20 anos, não quer ser identificado, mas alertar para o que diz ser um assunto proibido.
"Acaba por ser um certo tabu, porque quem tem problemas psicológicos fecha-se, não quer que se saiba que tem problemas. No local de trabalho é muito difícil falar com os colegas, as nossas chefias não veem com bons olhos quando temos problemas pessoais e os levamos para casa".
Conta que atingiu um ponto de rutura. "Eu revoltava-me com tudo, com todos, mas as minhas chefias em vez de se preocuparem em tentar saber porque é que eu estava a mudar o comportamento, as minhas atitudes, a ter um comportamento demasiado agressivo e revoltado fez com que tivesse alguns processos disciplinares devido a essa atitude".
Recusou sempre a baixa psiquiátrica, procurou ajuda no gabinete de psicologia da PSP, mas após duas semanas a tomar ansiolíticos conta que se sentia um zombie e decidiu parar. Decidiu que devia ocupar o tempo livre, dedicou-se a vários desportos, procurou ajuda financeira e deu um novo rumo à vida.
"Ainda hoje a minha esposa não sabe o que me passou pela cabeça e das vezes que eu cheguei a ter a arma à minha frente e pensei fazê-lo, mas não tive coragem para o fazer".
Hoje, este agente da PSP já não está no serviço operacional por turnos, a mulher tem um emprego e a filha recuperou as boas notas, após ter mudado de escola.
http://www.msn.com/pt-pt/noticias/sociedade/n%c3%a3o-me-suicidei-por-falta-de-coragem/ar-AAg7J2K?li=AAaYVP2&ocid=mailsignoutmd
COELHO.X- Capitão
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Idade : 46
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 5620
Mensagem : Passam Céleres Altivos e Impenetráveis..é a Cavalaria que Passa!
"Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa..."
Martin Luther King
Meu alistamento : (1999) Século Passado!!Há pois é.
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
Grandes palavras... Temos todos os ingredientes necessários para uma receita que ninguém quer provar... Mas alguns teimam em empurrar a sua presa para esta experiência... Sejamos fortes para vencer esta guerra que não tem um rosto inimigo mas as vitimas somos nós.
jmflince- 1º Sargento
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Idade : 58
Profissão : Cabo GNR
Nº de Mensagens : 1270
Mensagem : Estou a viver o tempo que perdi em trinta anos de serviço.
Meu alistamento : 04-03-1991
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
Nem sempre´é fácil, mas com o pedido de apoio, deixas de ser mais um número nas estatísticas negras deste país e consegues dar um rumo à tua vida, como diz um amigo meu nem é fácil nem difícil é difácil
Santiago1- 2º Sargento
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Idade : 51
Profissão : Guarda da Guarda Nacional Republicana
Nº de Mensagens : 851
Mensagem : Benfica
Meu alistamento : 1995
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
Impressionante relato!
Preocupa-me haver muitos camaradas que estão na mesma situação, muitas vezes estão ao nosso lado e não transmitem que estão numa fase má.
Preocupa-me haver muitos camaradas que estão na mesma situação, muitas vezes estão ao nosso lado e não transmitem que estão numa fase má.
GIA2050- Sargento-Ajudante
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Idade : 41
Profissão : gnr
Nº de Mensagens : 1855
Meu alistamento : 2005
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
"Eu revoltava-me com tudo, com todos, mas as minhas chefias em vez de se preocuparem em tentar saber porque é que eu estava a mudar o comportamento, as minhas atitudes, a ter um comportamento demasiado agressivo e revoltado fez com que tivesse alguns processos disciplinares devido a essa atitude".
https://youtu.be/BSMwmkebzFo
https://youtu.be/BSMwmkebzFo
CARI2013- Sargento-Mor
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Idade : 41
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 2860
Mensagem : «Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.»
(Michel de Montaigne)
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
Hum parece que essa situção se coaduna com o meu caso prático. Retroativos 13000€ a arder...
Santiago1- 2º Sargento
-
Idade : 51
Profissão : Guarda da Guarda Nacional Republicana
Nº de Mensagens : 851
Mensagem : Benfica
Meu alistamento : 1995
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
Como percebo estas palavras....
Pinto da Costa- 1º Sargento
-
Idade : 55
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 1280
Meu alistamento : 1991 Guarda Fiscal
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
"Eu revoltava-me com tudo, com todos, mas as minhas chefias em vez de se preocuparem em tentar saber porque é que eu estava a mudar o comportamento, as minhas atitudes, a ter um comportamento demasiado agressivo e revoltado fez com que tivesse alguns processos disciplinares devido a essa atitude"
A mim também já me aconteceu isso. Revoltar-me com tudo e com alguns, principalmente desde há dez anos para cá, quando começaram a mudar as regras do jogo de forma cega, sem terem em conta os anos que já cá tinha passado e nas condições em que os passei, antes de começarem a ser alteradas. E de a partir dessa data, as regras que passaram a vigorar já não terem nada a ver com as regras que eu assinei quando vim para cá.
Na altura, algumas das minhas chefias também não se preocuparam em saber porque é que eu andava revoltado, antes pelo contrário, exigiam-me cada vez mais, ao mesmo tempo que eu sentia e notava que cada vez ia ter muito menos.
Por acaso, nunca me abriram nenhum processo disciplinar porque desde logo me soube resguardar e proteger, mas não deixaram de me começar a chamar aqui e ali, sindicalista e agitador, apesar de eu nem sequer ser associado de associação nenhuma.
Hoje, alguns anos depois, alguns desses, já na reserva e reforma e outros ainda no ativo, sempre que me encontram, entre outras lamentações e choraminguices dizem: "Pois é... você é que tinha razão... aos poucos eles vão-nos tirando tudo...”
Mas agora também já não estou para os aturar, se estão mal que se vão queixar ao sindicato, ou então é como diz o banqueiro, "ai aguenta, aguenta!"
Guarda que anda à linha- Sargento-Chefe
-
Idade : 58
Profissão : Funcionário publico
Nº de Mensagens : 2021
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
“Dizem que aqueles que estão nas alturas como que são atraídos por si mesmos para baixo, para o abismo. Creio que muitos suicídios e homicídios só foram levados a cabo porque o revólver já estava na mão. Aqui também há um abismo, aqui também há um declive de quarenta e cinco graus, do qual é impossível não escorregar, e algo incita irresistivelmente a puxar o gatilho.”
(FIÓDOR MIKHAILOVICH DOSTOIÉVSKI)
CARI2013- Sargento-Mor
-
Idade : 41
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 2860
Mensagem : «Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.»
(Michel de Montaigne)
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
CARI 2013 tem calma amigo, pensa que tudo é passageiros e os problemas resolvem-se, podem não apagar a mágoa em certas situações, mas a solução é apaziguar os azedumes e queixumes, com calma apoio psicológico ou psiquiátrico e força de vontade e alguma medicação à mistura os problemas coeçam por desparecer um a um, eu sei que cada caso é um caso, mas na sua maioria evitar o suícidio pode não ser tarefa fácil, mas é alcançavel desde que o sujeito em questão quera ser ajudado, mesmo que não o peça nós temos o poder e o dever de ajudar por isso somos HUMANOS e macaquinhos.
Santiago1- 2º Sargento
-
Idade : 51
Profissão : Guarda da Guarda Nacional Republicana
Nº de Mensagens : 851
Mensagem : Benfica
Meu alistamento : 1995
Re: "Não me suicidei por falta de coragem"
Santiago1 escreveu:CARI 2013 tem calma amigo, pensa que tudo é passageiros e os problemas resolvem-se, podem não apagar a mágoa em certas situações, mas a solução é apaziguar os azedumes e queixumes, com calma apoio psicológico ou psiquiátrico e força de vontade e alguma medicação à mistura os problemas começam por desaparecer um a um, eu sei que cada caso é um caso, mas na sua maioria evitar o suicídio pode não ser tarefa fácil, mas é alcançável desde que o sujeito em questão queria ser ajudado, mesmo que não o peça nós temos o poder e o dever de ajudar por isso somos HUMANOS e macaquinhos.
CARI2013- Sargento-Mor
-
Idade : 41
Profissão : GNR
Nº de Mensagens : 2860
Mensagem : «Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.»
(Michel de Montaigne)
Meu alistamento : Aqui podes colocar o ano do teu alistamento!(Facultativo)
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