Homem barrica-se em casa a atira mobiliário para a rua

por **antipilho** Qua 29 Jan 2014, 18:12

Um homem de 61 anos, antigo funcionário da Câmara da Guarda, está barricado em casa desde terça-feira à noite, altura em que começou a deitar o mobiliário e outros objetos para a rua, causando danos em pelo menos seis viaturas que ali estavam estacionadas.

Aposentado antecipadamente por razões de saúde mental (sofre de esquizofrenia), o cidadão vive no terceiro andar de um prédio localizado em pleno centro da cidade da Guarda de onde teima em não sair.

Aliás, segundo informações recolhidas pelo JN, o indivíduo que estará sozinho e na posse de uma arma caçadeira, nem abre a porta nem fala com a polícia. Nem mesmo com o porta-voz do Grupo de Operações Especiais (GOE) que há quase três horas chegou à Guarda.

No interior do edifício estão cerca de 20 homens mobilizados para convencer o homem barricado a abrir a porta voluntariamente, o que, até agora, ainda não aconteceu.

Na rua estão concentrados os vizinhos do homem barricado que não podem regressar a casa enquanto a operação policial não for concluída. O prédio foi mandado evacuar pela PSP ainda antes da hora de almoço por razões de segurança.

Ainda segundo informações recolhidas no local, o homem em causa é casado em segundas núpcias, mas a mulher ausentou-se recentemente para Lisboa por ser vítimas de alegados maus tratos.

Homem barrica-se em casa a atira mobiliário para a rua Ng3009190

Homem barrica-se em casa a atira mobiliário para a rua Ng3009190

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Seguranca/Interior.aspx?content_id=3658186

por **moralez** Qua 29 Jan 2014, 20:17

Barricado desde 3ª e ainda não houve nenhum OPC que informasse o MP e pedisse um mandato de detenção e condução? Ainda para mais com historial por trás...
Um pouco estranha a notícia...

por **Katuxa** Qua 29 Jan 2014, 20:43

Há qualquer coisa muito mal contada nesta história...
Onde anda a delegada de saúde?! Ela pode ordenar o internamento compulsivo imediato!

por **moralez** Qua 29 Jan 2014, 21:11

Katuxa escreveu:Há qualquer coisa muito mal contada nesta história...
Onde anda a delegada de saúde?! Ela pode ordenar o internamento compulsivo imediato!

Pois, mas precisa sempre do autorização da Autoridade Judiciária para um possível arrombamento de porta, visto que ele está barricado...
Ou de uma Autoridade de Polícia Criminal, visto que poderá estar a colocar em perigo ele próprio ou terceiros...

por **Katuxa** Qua 29 Jan 2014, 22:00

Ou os dois... mas a ordem dada, tem de ser cumprida.
Todos os internamentos compulsivos que conheço foram executados pela forças de segurança... e nenhum demorou a ser feito três dias!!!

por **msm** Qua 29 Jan 2014, 22:15

Diz-me quem o conhece que já é costume... só que desta vez é um pouco mais grave... há uma arma e tal. Das anteriores foram lá, enfiaram-lhe o remédio pelas goelas abaixo... e pronto.

por **Gil Vicente** Qui 30 Jan 2014, 00:55

Katuxa escreveu:Ou os dois... mas a ordem dada, tem de ser cumprida.
Todos os internamentos compulsivos que conheço foram executados pela forças de segurança... e nenhum demorou a ser feito três dias!!!

Algo pode ter mudado na legislação desde que passei à reserva, julgo que está equivocada.
As FS não executam internamentos compulsivos, cumprem mandados (ordens) imanados de Autoridade de Saúde ou Judicial, procedem à detenção, fazem o acompanhamento, apresentam e fazem entrega no estabelecimento hospitalar com competência em saúde mental e do foro psiquiátrico.
Sendo casos excecionais, como parece ser, cabe à Autoridade de Saúde ou à Autoridade de Polícia emitir ordem para tal, apresentando o cidadão no hospital da área do facto, cujos profissionais fazem a avaliação médica e se entenderem ordenam a sua condução/apresentação a estabelecimento hospitalar com valência psiquiátrica. É competência deste último proferir a ordem de condução a estabelecimento de saúde mental para internamento compulsivo.
Aquilo que acontece muitas vezes (comigo sucedeu n/vezes), o cumprimento do preceituado na lei que regula a saúde mental por quem de direito, não é efetivada. Tal, quanto a mim deve-se ao estado em que Portugal se encontra, ao desinvestimento na saúde dos cidadãos e às ordens governamentais para que internamentos compulsivos não sejam determinados, pois representam despesa.
Enfiam-lhes nas unhas uma receita para uns comprimidos, ala que se faz tarde mandam-no(a)s para casa.

por **Almeida Pinto** Qui 30 Jan 2014, 12:44

Homem barricado em casa retirado à força pelos GOE

Já está no hospital o homem de 61 anos, doente mental, residente na Guarda, que esteve barricado em casa durante quase 20 horas.
Depois de várias tentativas para que o indivíduo abrisse a porta voluntariamente, o Grupo de Operações Especiais (GOE) entrou pela varanda e com a ajuda de cães imobilizou o funcionário público aposentado.

O plano de entrada, que demorou a tarde inteira desta quarta-feira a concretizar, mobilizou mais de 20 homens dos GOE e mais algumas dezenas de polícias que cortaram o trânsito e estabeleceram barreiras no local.

Estava sozinho em casa e sem a arma caçadeira de que é proprietário registado. De acordo com informações recolhidas no local, tinha as mãos ensanguentadas e vestia apenas uma camisola.

O homem com problemas de esquizofrenia, barricado em casa desde terça-feira à noite, vivia no terceiro andar de um prédio localizado em pleno centro da cidade da Guarda. Começou por partir o interior da casa com um martelo e depois atirou com peças de mobiliário para a rua danificando pelo menos seis viaturas, quatro delas durante a madrugada.

Tem 61 anos, e é antigo funcionário da Câmara da Guarda. Aposentou-se antecipadamente por razões de saúde mental.

Fonte:http://www.jn.pt/PaginaInicial/Seguranca/Interior.aspx?content_id=3658186

por **Katuxa** Qui 30 Jan 2014, 17:22

Estava a falar daquilo que já vi fazer...
E sim, a delegada de saúde pode decretar o internamento compulsivo. Quando falei em executar é de facto em cumprimento da ordem emanada da Saúde.

por **Brave Sir Robin** Qui 30 Jan 2014, 18:57

Katuxa escreveu:Estava a falar daquilo que já vi fazer...
E sim, a delegada de saúde pode decretar o internamento compulsivo. Quando falei em executar é de facto em cumprimento da ordem emanada da Saúde.

Não é bem assim.
De acordo com a Lei da Saúde Mental, o internamento compulsivo só pode ser determinado se for proporcional ao grau de perigo para os bens jurídicos em causa.
Mas, para além das autoridades de saúde pública: director-geral de saúde, delegados regionais de saúde, delegados concelhios de saúde, o internamento compulsivo também pode ser requerido pelo ministério público.
O pedido de internamento deve ser dirigido ao juiz do tribunal competente para apreciar a questão, que, por norma é o tribunal de comarca da área de residência do indivíduo a internar.
Dado o carácter excepcional do internamento compulsivo, e considerando os custos associados à permanência do individuo em estabelecimento psiquiátrico, a expensas do Estado, a falta de vontade das autoridades de saúde em se responsabilizarem pelo acto em si, a par dos respectivos familiares mais próximos, ou porque avaliação psíquica por pessoal especializado nem sempre ou quase nunca é possível, é quase sempre dada preferência a que o mesmo fique em liberdade, sendo o internamento substituído por tratamento em regime ambulatório.
Daí não serem raras as vezes em que, findo um período de uma semana, e após medicação, serem estes individuos vistos cá fora novamente.

É o país em que vivemos....

por **Katuxa** Qui 30 Jan 2014, 21:32

Obrigada. Fiquei elucidada, mas olhe que na prática nem sempre funciona assim...

por **Brave Sir Robin** Qui 30 Jan 2014, 21:38

Katuxa escreveu:Obrigada. Fiquei elucidada, mas olhe que na prática nem sempre funciona assim...

O que é que "na prática nem sempre funciona assim"....??

por **Katuxa** Sáb 01 Fev 2014, 10:10

Na maioria das vezes saem passadas uma horas...

por **sagal** Sáb 01 Fev 2014, 11:01

Gil Vicente escreveu:
Katuxa escreveu:Ou os dois... mas a ordem dada, tem de ser cumprida.
Todos os internamentos compulsivos que conheço foram executados pela forças de segurança... e nenhum demorou a ser feito três dias!!!
Algo pode ter mudado na legislação desde que passei à reserva, julgo que está equivocada.
As FS não executam internamentos compulsivos, cumprem mandados (ordens) imanados de Autoridade de Saúde ou Judicial, procedem à detenção, fazem o acompanhamento, apresentam e fazem entrega no estabelecimento hospitalar com competência em saúde mental e do foro psiquiátrico.
Sendo casos excecionais, como parece ser, cabe à Autoridade de Saúde ou à Autoridade de Polícia emitir ordem para tal, apresentando o cidadão no hospital da área do facto, cujos profissionais fazem a avaliação médica e se entenderem ordenam a sua condução/apresentação a estabelecimento hospitalar com valência psiquiátrica. É competência deste último proferir a ordem de condução a estabelecimento de saúde mental para internamento compulsivo.
Aquilo que acontece muitas vezes (comigo sucedeu n/vezes), o cumprimento do preceituado na lei que regula a saúde mental por quem de direito, não é efetivada. Tal, quanto a mim deve-se ao estado em que Portugal se encontra, ao desinvestimento na saúde dos cidadãos e às ordens governamentais para que internamentos compulsivos não sejam determinados, pois representam despesa.
Enfiam-lhes nas unhas uma receita para uns comprimidos, ala que se faz tarde mandam-no(a)s para casa.

Eu não falava melhor. No meu tempo assim era.

por **Brave Sir Robin** Sáb 01 Fev 2014, 14:22

Katuxa escreveu:Na maioria das vezes saem passadas uma horas...

Sim. É verdade....
E depois entra-se no ciclo vicioso da patrulha policial ter de se deslocar consecutivamente aos mesmos locais, por causa dos mesmos individuos, e pelas mesmas razões....