Doze suicídios na PSP e na GNR só este ano

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Mensagem por иuησ Qui 12 Nov 2015, 22:15

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http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=4881135
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Mensagem por Croco Sex 13 Nov 2015, 19:13

Governo cria grupo para rever plano de prevenção do suicídio na PSP e GNR
Em Actualização:
Por  Pedro Sales Dias  
13/11/2015 - 18:16

Decisão foi revelada num comunicado do Ministério da Administração Interna quando os sindicatos ainda estão a reunir com o director nacional da PSP. Doze agentes puseram termo à vida este ano.

O Governo decidiu criar um grupo de trabalho que irá rever o Plano de Prevenção do Suicídio nas Forças de Segurança. A informação foi adiantada em comunicado ao final da tarde desta sexta-feira pelo Ministério da Administração Interna (MAI) na mesma altura em que se reúnem com o director nacional da PSP os representantes dos sindicatos daquela polícia. Na reunião que começou pelas 15h estarão a ser debatidas propostas para melhorar a prevenção de situações de suicídio na PSP, segundo fontes policiais.

A decisão e a reunião surgem como reacção a uma recente vaga de suicídios de elementos da GNR e da PSP. Este ano já morreram 12 elementos, sendo que na última semana e meia puseram termo à vida três agentes da PSP e um militar da GNR.

“Atento às circunstâncias de suicídio nas forças de segurança durante o ano de 2015, o ministro da Administração Interna teve reuniões de trabalho com o comandante-geral da GNR e o director nacional da PSP, tendo sido determinada a revisão do Plano de Prevenção do Suicídio Nas Forças de Segurança. Tal revisão tem como principais objectivos a adequação do referido plano ao contexto actual e o reforço das políticas activas da prevenção das práticas suicidas”, refere o comunicado do MAI.

O grupo de trabalho é composto por um representante do MAI, que o coordena, e um representante da cada uma das forças policiais. “O grupo de trabalho deverá apresentar um relatório preliminar no prazo máximo de 30 dias”, estabelece ainda a tutela.

A decisão do ministro da Administração Interna, João Calvão da Silva, vem já na sequência de uma determinação do director nacional da PSP Luís Farinha. Num e-mail enviado esta quinta-feira a todos os agentes, o superintendente-chefe anuncia a determinação de, a nível interno, ser feita a “revisão dos mecanismos de prevenção existentes, o reforço da disponibilização de apoio psicológico e das acções de prevenção e de formação neste domínio”. Luís Farinha quer assim que a PSP seja mais eficaz “a combater este flagelo”.

Na mensagem de correio electrónico enviado aos agentes da PSP, o director nacional pede ainda todos os polícias para estejam atentos aos colegas e que informem a PSP no caso de detectarem algum sinal depressivo. “Exorto-vos a que num quadro de saudável camaradagem e entreajuda, todos nos preocupemos com o camarada que faz serviço ao nosso lado e que todos os níveis hierárquicos, no âmbito das suas responsabilidades reforcem a sua acção de supervisão, acompanhamento e apoio a todos os elementos da PSP, na certeza de que a instituição fará o que estiver ao seu alcance, para ajudar aqueles que no dia-a-dia e frequentemente, em situações difíceis, desenvolvem o seu trabalho”, escreveu Luís Farinha. Para o director, o “trabalho de prevenção e de referenciação de potenciais riscos é um trabalho de todos para todos” e é necessário quebrar as “reservas” e os “estereótipos” que “frequentemente existem em voluntariamente pedir apoio psicológico ou expor problemas pessoais”.

Luis Farinha não esquece ainda, neste contexto que, os actuais “tempos de constrangimentos podem potenciar a que cada um viva os seus problemas e dificuldades de forma fechada e isolada dificultando, desta forma, o conhecimento pela instituição e pelo diferentes níveis hierárquicos e, consequente a possibilidade do accionamento do apoio disponível”.

O director nacional admite ainda que “não obstante os meios e mecanismos existentes e acessíveis a todos os polícias [a PSP tem meios a nível nacional para disponibilizar apoio psicológico com carácter regular e permanente] e das 10.500 consultas de avaliação psicológica já realizadas, verifica-se que infelizmente continuam a ocorrer suicídios na família policial”.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/governo-cria-grupo-para-rever-plano-de-prevencao-do-suicidio-na-psp-e-gnr-1714374
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Mensagem por COELHO.X Sex 13 Nov 2015, 20:35

Passa também pela dignificação da profissão, do reconhecer do seu risco elevado, dos baixos salários, do desgaste rápido, da auto estima ou falta dela, das suas fileiras, estes são alguns exemplos que um simples patrulheiro dá de borla a este grupo de trabalho.
Mais, manter um agente no mesmo índice remuneratório durante 6 anos ganhando o mesmo que agentes mais novos cerca de 8/9 anos é bom, sem sair do sítio??? Grande motivação!!!
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Mensagem por olhovivo Sex 13 Nov 2015, 21:54

Nada como entregar o estudo a quem tem formação para tentar ajudar!
Já que se fala em "constrangimentos actuais",talvez não seja má ideia tentar perceber como é que alguém que necessita de ajuda,a pede,se todo o processo que se segue só complica!
Afastamento da actividade operacional,o que se traduz em 200€ a menos por mês!!
Um sem fim de papéis,que passam pelos mais variados locais ,contendo informação médica e de cariz familiar até,que vai satisfazendo aquele desejo tão tuga de saber tudo sobre a vida alheia e assim dar-lhe motivo para conversa nos mais variados locais!
Desconfiança da cadeia hierárquica,para a qual o militar não tem problemas psicológicos,tem sim, mais ou menos disponibilidade para o serviço!!
Como reage a comunidade local perante a noticia de baixa psicológica de um elemento das forças policiais?
Em minha opinião estes processos têm demasiada exposição,são de" difícil digestão"por parte da cadeia hierárquica e acima de tudo,não são de fácil entendimento para quem diariamente trabalha,vive,dorme e compartilha sentimentos, com as vitimas!!
Fazer algo é urgente,de preferência que ajude!Não fazer nada ou simular planos de ajuda, só vai agravar o problema...
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Mensagem por иuησ Sáb 14 Nov 2015, 13:48

иuησ escreveu:

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Jornal i (on line) escreveu:

15 por cento dos GNR já pensaram em pôr termo à vida

Estudo a que o i teve acesso.
ROSA RAMOS
27/04/2015 13:00

Mais de 80% dos militares da GNR admitem ter sentido “desalento e desânimo” devido ao excesso de trabalho e à relação com as chefias, quase 7% confessam já ter tentado pôr termo à vida e 15% ponderaram suicidar-se em algum momento da carreira. As conclusões são de um estudo apresentado recentemente na Batalha, no XIV Simpósio da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, e desenvolvido por duas psiquiatras do Hospital de Leiria.

Entre 3 de Fevereiro e 15 de Março, mais de 1100 militares responderam a um inquérito anónimo sobre prevenção do suicídio. As respostas, a que o i teve acesso, mostram que mais de metade (60%) dos guardas dizem ter tido conhecimento de um colega que tentou pôr termo à vida, enquanto a esmagadora maioria (87%) afirma ter conhecimento de pelo menos um militar que se suicidou. Não é difícil: entre 2000 e 2014, 60 militares da Guarda suicidaram--se, alguns no local de trabalho e quase todos com a arma de serviço.

O estudo, conduzido pelas médicas Susana Pinto Almeida e Sofia Fonseca, revela ainda que quase metade dos guardas (42%) admitem já ter pensado em procurar ajuda psicológica devido à profissão, enquanto 19% chegaram mesmo a fazê-lo. Mais de um quarto (27%) dos GNR já consultaram um psicólogo ou psiquiatra e a 13% foram diagnosticadas doenças ou perturbações psiquiátricas – na maioria dos casos depressão (68%) e ansiedade (11%). A percentagem de guardas que admitem ter tomado medicação para problemas como ansiedade, depressão ou insónias causadas pelo trabalho é bastante superior: 35%.

Os dados do inquérito permitem concluir, por outro lado, que sete em cada dez militares (69%) sentem que o trabalho os afecta psicologicamente. Os principais factores de perturbação são a carga horária (apontada por 20%), a relação com as chefias (16%) e a pressão (12%) e o stresse (9%) inerentes às funções policiais. “Aquilo que mais parece preocupar os militares da GNR não são questões que resultem da actividade policial em si, mas factores externos e que não podem controlar, como a relação com os chefes ou o excesso de trabalho”, sublinha Susana Pinto Almeida.

a prevenção As médicas que conduziram o estudo recomendam a aplicação de medidas preventivas dentro da GNR, até porque 82% dos militares confessam já ter experimentado sentimentos de desalento, desesperança, desânimo ou frustração devido ao trabalho. “E sabe--se que a maior parte dos suicídios têm patologias psi-quiátricas associadas, nomeadamente a depressão”, recorda Susana Pinto Almeida.

O estudo conclui que 95% dos militares dizem não se sentir reconhecidos pela instituição para que trabalham e 91% garantem que a família sofre com a profissão que escolheram.  

Por outro lado, e apesar de a GNR ter um serviço de psicologia, metade (47%) dos guardas dizem desconhecer que se precisarem de ajuda podem recorrer a esse gabinete. Por isso, as psiquiatras defendem que a Guarda deve “investir mais” na prevenção do suicídio (ver entrevista ao lado), nomeadamente através da criação de gabinetes de proximidade, maior articulação e encaminhamento de casos sinalizados para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a criação de uma avaliação psicológica anual. “Parece existir alguma falta de suporte psicológico e psiquiátrico, quando a prevenção é fundamental para travar este problema de saúde pública”, considera Susana Pinto Almeida.

A aposta na sensibilização para as doenças mentais é igualmente importante. Isto porque as forças de segurança estão identificadas como um grupo vulnerável ao suicídio, muito por uma questão de estigma. “As polícias, especialmente as mais musculadas e militarizadas, são predominantemente masculinas. Sabemos que as tentativas de suicídio são mais frequentes nas mulheres, mas são os homens quem se suicida mais. O homem tem maior dificuldade em reconhecer que precisa de ajuda e, se existe um estigma em relação ao homem deprimido, esse estigma é ainda maior em relação ao militar deprimido”, recorda a psiquiatra.

o medo de pedir ajuda O presidente da associação profissional mais representativa da GNR confirma que ainda existe na instituição um “grande embaraço” em procurar ajuda psicológica. “Há algum receio de represálias disciplinares e de expor falhas na execução profissional”, explica César Nogueira, acrescentando que ir ao psicólogo ou ao psiquiatra ainda é considerado “sinónimo de falta de apetência profissional e de fragilidade pessoal”.

E é precisamente por os casos não serem acompanhados atempadamente que alguns terminam em suicídio. A Associação dos Profissionais da Guarda (APG) recorda que, entre os 60 suicídios registados nos últimos 14 anos, muitos aconteceram em postos da GNR. “Isto pode ser interpretado como sendo simbólico”, acredita César Nogueira. O presidente da APG sublinha que as conclusões do estudo sugerem a existência de uma relação entre sentimentos depressivos e o exercício da profissão. Algo que, avisa, “merece a atenção do comando-geral da GNR”.

César Nogueira defende, por outro lado, uma cultura de maior abertura e apoio aos militares que experimentam sintomas de desânimo ou depressão: “As hierarquias têm de deixar de assumir um papel punitivo e passar a abrir as portas a que os profissionais recorram a ajuda e sejam eficazmente encaminhados para um profissional de saúde.” O i pediu à GNR que comentasse o estudo, mas não recebeu uma resposta até ao fecho desta edição.
http://www.ionline.pt/artigo/388561/15-por-cento-dos-gnr-ja-pensaram-em-p-r-termo-a-vida?seccao=Portugal_i


Facebook Oficial da APG/GNR escreveu:

Alguns dados do estudo:

- 95% dos militares dizem não se sentir reconhecidos pela instituição para que trabalham;
- 91% garantem que a família sofre com a profissão que escolheram;


- 80% dos militares da GNR admitem ter sentido “desalento e desânimo” devido ao excesso de trabalho e à relação com as chefias;
- 7% confessam já ter tentado pôr termo à vida;
- 15% ponderaram suicidar-se em algum momento da carreira;
- 60% dos guardas dizem ter tido conhecimento de um colega que tentou pôr termo à vida;
- 87% afirma ter conhecimento de pelo menos um militar que se suicidou;
- 42% admitem já ter pensado em procurar ajuda psicológica devido à profissão, 19% chegaram mesmo a fazê-lo;
- 27% dos GNR já consultaram um psicólogo ou psiquiatra;
- 13% foram diagnosticadas doenças ou perturbações psiquiátricas (68% depressões e 11% ansiedade);
- 35% tomaram medicação para problemas como ansiedade, depressão ou insónias causadas pelo trabalho;
- 69% sentem que o trabalho os afecta psicologicamente;
- 20% aponta como um os principais factores de perturbação são a carga horária, 16% relação com as chefias, 12% pressão, 9% Stresse;
- 82% dos militares confessam já ter experimentado sentimentos de desalento, desesperança, desânimo ou frustração devido ao trabalho;
- 47% dos guardas dizem desconhecer que se precisarem de ajuda podem recorrer ao Gabinete de Psicologia;

O estudo foi conduzido pelas médicas Susana Pinto Almeida e Sofia Fonseca, e entre 3 de Fevereiro e 15 de Março, mais de 1100 militares responderam a um inquérito anónimo sobre prevenção do suicídio.

Até à data, nada mudou, a não ser o aumento do numero de suicídios nas forças de segurança, nomeadamente na GNR, dado que desde 2000, suicidaram-se (pelo menos) 62 Profissionais da GNR.


Realço a "preocupação" que causou dado a participação da APG/GNR neste inquérito/estudo, já que o principal problema foi ver se existia motivos disciplinares para os Dirigentes APG/GNR e não o grave problema do suicídio na GNR.

Dado isto, resta mesmo reflectir, e agir, dado que a vida de um Profissional da GNR tem o mesmo valor de que qualquer outra vida humana.
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Mensagem por alguem Sáb 14 Nov 2015, 18:59

tenho as minhas duvidas se está tudo relacionado com o serviço...
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Mensagem por Guarda que anda à linha Sáb 14 Nov 2015, 19:39

alguem escreveu:tenho as minhas duvidas se está tudo relacionado com o serviço...


Mas também de uma coisa ninguém tem duvidas, de entre todos os corpos militares/policiais/OPCs em Portugal, GNR, PSP, Forças Armadas, Policia Maritima, PJ, ASAE, SEF, Guarda Prisional etc. é na GNR/PSP, e particularmente nas categorias profissionais de guardas/agentes, onde mais suicídios têm ocorrido nos últimos anos.
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Mensagem por dragao Sáb 14 Nov 2015, 23:12

Peço desculpa, não me querendo tornar repetitivo, mas sendo o assunto parecido, deixo a mesma opinião:
Na minha modesta opinião, este caso é muito sensível e não se pode resolver apenas com os especialistas na matéria. Carece de outras intervenções profundas, quer no ambiente familiar, quer no trabalho. O estado socio económico também contribui para a decadência do estado de espirito. Daí eu dizer que deve haver empenho por todos aqueles que vivem e convivem de perto com os  camaradas que apresentam sinais de alteração comportamental.
Acredito que: com um vencimento e horário condigno, bom ambiente no local de trabalho e familiar, ajudaria a colmatar parte do drama que nos atravessa com tanta frequência.
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Mensagem por Pinto da Costa Dom 15 Nov 2015, 12:11

dragao escreveu:Peço desculpa, não me querendo tornar repetitivo, mas sendo o assunto parecido, deixo a mesma opinião:
Na minha modesta opinião, este caso é muito sensível e não se pode resolver apenas com os especialistas na matéria. Carece de outras intervenções profundas, quer no ambiente familiar, quer no trabalho. O estado socio económico também contribui para a decadência do estado de espirito. Daí eu dizer que deve haver empenho por todos aqueles que vivem e convivem de perto com os  camaradas que apresentam sinais de alteração comportamental.
Acredito que: com um vencimento e horário condigno, bom ambiente no local de trabalho e familiar, ajudaria a colmatar parte do drama que nos atravessa com tanta frequência.

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Mensagem por Croco Dom 15 Nov 2015, 12:44

Suicídio. O dia em que António desistiu de ser polícia

António diz que os actuais comandantes da PSP são jovens que tratam os agentes mais velhos com enorme arrogância Nelson d’AiresRosa Ramos 14/11/2015 14:05

Protegeu ministros e prendeu criminosos. Ao serviço da PSP, viu gente enforcada e corpos decapitados. Durante anos trabalhou semanas a fio sem folgar e perdeu a conta às directas que fez em esquadras. Até que, quando estava prestes a fazer 20 anos de carreira, decidiu matar-se. António tinha 40 anos e sentia-se “inútil”. Sobreviveu e nunca ninguém na polícia lhe ofereceu ajuda.

“Tinha 22 anos quando entrei para a PSP. Antes disso ainda fui militar, mas tive sempre a ideia de ser polícia. Na escola já mostrava uma certa tendência para proteger os mais fracos e não gostava nada de injustiças. Na minha cabeça os polícias existiam para isso: proteger, ajudar e socorrer.

Não precisei de muitos anos de PSP para perceber que afinal a realidade era outra. O meu primeiro comandante, no final da década de 1980, era um oficial já com uma certa idade que favorecia os comerciantes da zona. E nós tínhamos todos de ser coniventes com aquilo, até porque ele fazia questão de nos avisar que não podíamos “romper o capote” – era a expressão usada. Se alguém discordasse do sistema, não durava ali muito tempo e aquilo fazia-me confusão.

À medida que vamos avançando no serviço, a forma de ver a vida vai mudando. Chegamos a casa e não conseguimos desligar e falar de outra coisa que não o trabalho. Às vezes está-se na esquadra tranquilamente e de repente muda tudo: cinco minutos depois já se está na rua, numa situação de perigo e com uma arma apontada. É uma adrenalina complicada. Depois regressa-se à esquadra e são horas a fio a escrever expediente. Perdia a conta às directas que fiz em trabalho. Antigamente só folgava de 15 em 15 dias e ainda hoje é complicado ter folgas. Muitas vezes o comandante avisa-nos de véspera que afinal não podemos ir de fim-de-semana porque há uma operação qualquer. Não podemos recusar – senão ficamos marcados – e quando se dá conta já não se descansa há dez dias seguidos. Isto para não falar dos turnos e das vezes que temos de trabalhar 24 horas seguidas. 

Na polícia lidamos com coisas com que mais ninguém na sociedade quer lidar. Em mais de 30 anos de carreira já vi quase tudo. Já entrei em apartamentos e dei de caras com gente enforcada. Já tive de ir buscar uma cabeça projectada, num acidente de automóvel, a mais de 50 metros metros de distância do corpo e a seguir tive de ir dar a notícia à viúva e aos dois filhos pequeninos, que desataram a chorar. Uma vez entrou-me pela esquadra dentro, a meio da noite, uma mulher com uma sobrinha de três anos pela mão, que tinha acabado de ser violada pelo tio, e na altura eu tinha uma filha com essa idade.

Lidamos com coisas que nos marcam o resto da vida. Ainda não estava há um ano na polícia e não morri por milagre. Houve um assalto muito grande e, por descoordenação das chefias, correu tudo mal. Eu estava atrás de um muro com outros dois polícias e deu-se uma explosão muito grande. Tive a certeza absoluta que ia morrer e os meus ouvidos estouraram. Quando recuperei a consciência estava debaixo dos escombros e um colega meu, que tinha entrado no edifício, morreu. Durante muito tempo não consegui dormir. Quando fechava os olhos e estava a pegar no sono, dava saltos na cama porque ouvia o barulho da explosão e os gritos. Quando foi da menina violada, sonhava com isso constantemente e passei a olhar para a minha filha de maneira diferente, com alguma angústia. Também sonhei meses a fio com a cabeça e o corpo decapitado no acidente e o choro das crianças quando souberam que o pai não ia voltar. E estas coisas não se partilham na polícia. Com ninguém. Porque se uma pessoa se queixa ou fala no assunto, o que ouve, sobretudo das chefias – que supostamente deviam apoiar os seus homens –, são coisas do género “você quando veio para cá já sabia que era assim” ou “a porta da rua é a serventia da casa”. Cheguei a ouvir isso a comandantes quando dava a entender que alguma coisa não estava bem.

Durante 20 anos não parei em casa. Ingressei num dos corpos especiais da polícia e às vezes estava aos 15 e aos 20 dias fora, a viajar pelo país. Não vi os meus filhos crescer. Só ia a casa de vez em quando e quando aparecia tinha de dormir para poder voltar ao trabalho. É por isso que muitos polícias se divorciam. Poucas mulheres aguentam. Felizmente tive sorte. A minha mulher nunca me abandonou, apesar de eu a ter abandonado tantas vezes. Muitas vezes não conseguia sequer falar com o meu filho ao telefone, por causa dos horários trocados. Ele tem 30 e tal anos e ainda se lembra de eu me despedir dele antes de sair para o trabalho e de lhe dizer: “Agora vais ser o homem da casa e cuidar da tua mãe.” [Silêncio.]

A dada altura o ritmo era tão intenso que pensei desistir do corpo especial e voltar à esquadra, mas ia ganhar menos e entretanto tínhamos comprado casa. O ordenado não chegava. Essa é outra questão: ganha-se mal para aquilo que se faz e hoje em dia tem de se andar preocupado e a fazer contas de cabeça para pagar o que é preciso. Durante anos tive um part-time em segredo para pagar as contas. 

Estar na polícia foi piorando a minha maneira de ver a vida e a minha cabeça. A partir dos 38 anos, mais ou menos, comecei a andar muito ansioso e não tinha vontade de fazer nada. Há muitas coisas de que não me lembro dessa altura, mas a minha mulher conta que estive meses sem sair do sofá. Os meus filhos falavam comigo e eu não lhes respondia. Ela falava comigo e eu gritava que me deixasse em paz. Se houve algum acontecimento que pudesse ter desencadeado isso? Não. Foi o acumular de anos e anos de noites mal dormidas e em branco, de tensão, de experiências de trauma, de stresse com a chefia. Estive dois anos de baixa e fui acompanhado por um médico de clínica geral que me ia receitando sertralina. A minha mulher teve de arranjar mais um emprego para aguentarmos o barco.

Até que um dia – e felizmente não o fiz de forma eficaz – achei que podia resolver tudo de outra maneira. Tinha 40 anos, estava quase a fazer 20 de polícia, e sentia-me completamente inútil. Fui perdendo o amor-próprio e sentia que ninguém se preocupava comigo ou queria saber. Programei tudo com dias de antecedência... estas coisas programam-se sempre em detalhe. Assegurei-me de que os miúdos estavam na escola e deixei a minha mulher sair para o trabalho. Depois tomei os comprimidos. O que aconteceu a seguir foi... não sei... talvez a mão de Deus. A minha mulher deu pela falta de uns papéis importantes e teve de voltar a casa. Eu estava no chão já quase sem sentidos, mas a ambulância ainda veio a tempo. Estive no hospital e o médico de clínica geral mandou-me para um psiquiatra, que me acompanhou durante dois anos. Sempre fora da PSP, porque os médicos da polícia nunca me inspiraram confiança. Preferi pagar tudo do meu bolso e não foi fácil, porque estava de baixa e recebia pouco. O gabinete de psicologia... o chefe daquilo recebe o aval do director nacional, e claro que deve haver troca de informações.

Como fui parar ao hospital, toda a gente soube do que aconteceu. Na polícia o ambiente é muito masculinizado e feito de homens que têm de ser fortes ou mostrar que o são. E a tendência quando alguém está com uma depressão é pensar: “Olha, aquele está maluco.” O psiquiatra dizia que, além de stresse pós-traumático resultante de situações de trabalho, evidenciava muitas marcas de maus--tratos por parte das chefias. 

Entretanto tinha de me apresentar na junta médica da PSP para renovar a baixa, com o relatório do psiquiatra. Ele passava-me a baixa sempre para mais 30 dias, mas o responsável pela junta – que era um comandante da polícia e não percebia nada de medicina – nunca me autorizava os 30 dias. Só me dava 15 dias de cada vez e dizia que era para me obrigar a voltar lá. Aquilo era uma tortura e eu já estava a passar tão mal! Além disso tinha de fazer 150 quilómetros para poder apresentar-me lá. Estive dois anos assim. Nunca ninguém me ofereceu apoio e nunca nenhum comandante – eles estão sempre a mudar – me telefonou a perguntar o que se passava comigo ou se poderiam ajudar. Nunca, nem a seguir à tentativa de suicídio. E isso era o pior... Sentia--me completamente invisível e abandonado pela instituição pela qual tinha dado tudo na vida: o meu tempo, a minha saúde. Curiosamente, nunca me tiraram a arma de serviço. A minha sorte foi que costumava deixá-la num armário no trabalho, porque quando a gente pensa em matar-se agarra naquilo que está mais à mão. 

Voltei ao serviço há um ano e pouco. Mais uma vez, nem uma palavra do comandante – que por acaso no dia em que eu cheguei fez questão de frisar que era licenciado e doutor. As pessoas não calculam o que são as chefias intermédias actuais na PSP. Homens com 20 ou 30 anos de experiência são comandados por miúdos com 22 ou 23 anos acabados de sair do instituto e que não sabem nada da vida nem da profissão. Talvez por insegurança, tornam-se autoritários e severos. Dou um exemplo: há pouco tempo um colega meu foi chamado ao gabinete do comandante, que, do nada, lhe anunciou que tinha até sexta-feira para meter o papel com um pedido de transferência senão corria com ele. Só porque sim. Isto acontece todos os dias na polícia. Há comandantes que telefonam aos polícias que estão de folga a exigir que se apresentem ao trabalho no dia a seguir e ai de quem mostrar má vontade. A arrogância é permanente em alguns locais de trabalho e uma pessoa tem de se calar senão tem a vida num inferno. Os amigos do comandante, geralmente miúdos da mesma idade com quem saem à noite, são favorecidos em tudo nas folgas de compensação e nos gratificados. Uma pessoa, especialmente com a minha idade, olha para isto tudo e sente-se completamente inútil. É como se não valêssemos nada e como se a carreira que fizemos não valesse nada.
Outro grande problema é que os polícias são avaliados em função de objectivos. Tem-se melhor nota do comandante se se passar mais multas ou pelo número de detenções. Eu não concordo com isso; prendo se tiver de prender. E vejo os miúdos mais novos permanentemente ansiosos e nervosos porque têm de mostrar serviço para o comandante lhes dar boa nota.

Entretanto, e como já tenho a idade, meti os papéis para a pré-aposentação. Só que há dias soube de um novo problema: parece que agora, por causa da entrada em vigor do novo estatuto, os pedidos já feitos caducaram e é preciso repetir o processo em Janeiro – todos os polícias aos mesmo tempo, sem saber quem passa à frente de quem. São estas coisas que moem e que não fazem sentido na PSP. Estou cansado da polícia.”

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Mensagem por Croco Dom 15 Nov 2015, 20:02

Suicídios na GNR e PSP: Especialistas pedem atenção a comportamentos depressivos

VÍDEO http://www.tvi24.iol.pt/videos/sociedade/suicidios-na-gnr-e-psp-especialistas-pedem-atencao-a-comportamentos-depressivos/56450dd30cf298241fe3b5a0/
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Mensagem por Croco Sex 20 Nov 2015, 20:02

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Mensagem por Croco Dom 22 Nov 2015, 00:04

Ontem no programa da TVI - Você na TV

VÍDEO http://www.tvi.iol.pt/vocenatv/videos/militar-da-gnr-poe-termo-a-vida/564f31b30cf28779b1d61a74
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Mensagem por jose alho Dom 22 Nov 2015, 08:19

 :bravo:
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