Polícias no terreno estão sujeitos a Síndrome de Burnout

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Mensagem por Croco Qui 12 Nov 2015, 22:04

Polícias no terreno estão sujeitos a Síndrome de Burnout
6 Setembro, 2015 por ZAP

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Os polícias portugueses apresentam bom estado psicológico no primeiro ano de serviço, mas à medida que vão para o terreno registam mais problemas psicológicos, que no limite podem levar ao suicídio, alerta uma investigadora da Universidade do Porto.
Estudos sobre o “Burnout e indicadores psicopatológicos em polícias”, que revelam que os jovens agentes da PSP, no seu primeiro ano de serviço efetivo e colocados em Lisboa, apresentam “valores baixos de ‘burnout’”, “bom estado psicológico” e “realização profissional boa”.
Os estudos fom realizados pela investigadora Cristina Queirós, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, em conjunto com psicólogos da Divisão de Psicologia da PSP.
A investigadora alerta, contudo, que a progressão do mal-estar psicológico, cansaço emocional e stresse crónico no trabalho aumentam à medida que os polícias vão sendo colocados no terreno, principalmente no atual momento de crise, em que são confrontados com “mais exigências emocionais” e “cada vez menos recursos”.
Os polícias enfrentam pessoas que também lidam com mais dificuldades e se tornam mais exigentes e, também por isso, vão “piorando do ponto de vista psicológico”, pois diminui a realização profissional e a motivação para as tarefas, aumentando a exaustão emocional, proporcionando o aparecimento do Síndrome do ‘Burnout’.
O Síndrome de ‘Burnout’ é uma reação ao stresse crónico no trabalho e caracteriza-se por três grandes dimensões. A primeira é a exaustão ou cansaço emocional do sujeito que se levanta já cansado para o trabalho, está cada vez mais desmotivado, mais triste e que no limite pode conduzir ao suicídio.
Nos polícias, o suicídio é um “problema dramático, porque eles têm uma arma”.
“Num momento de desespero, um polícia pega na arma e é muito mais eficaz”, alerta a investigadora, reforçando a ideia da importância de “prevenir os sintomas”, porque o polícia em stresse tem um acesso fácil a armas, o que não acontece tão facilmente noutras profissões num momento de desespero no trabalho.
A segunda dimensão é a “despersonalização” ou “frieza”. O sujeito para se defender dos sintomas anteriores começa a tratar os outros mal, de forma indiferente e reagindo de forma agressiva.
Quando a exaustão ultrapassa um determinado limite, a realização profissional diminui e o cinismo aumenta, explica Cristina Queirós, observando que, nesse estado, a pessoa não tem forças para se controlar.
“Não se acorda em burnout, é um processo lento”, conta a investigadora, que considera urgente alertar as pessoas que sofrem de ‘burnout’ a conhecerem as fontes de stresse e a aprenderem a reagir, “não centrando as energias todas no trabalho”.
O ‘burnout’ acontece, por norma, a meio da carreira, entre os dez a 15 anos de atividade e não se nota no fim da carreira, porque quando as pessoas entram em ‘burnout’, muitas mudam de profissão.
É típico em pessoas altruístas que se dedicam muito ao emprego e pode ser afetado por outras características individuais, como por exemplo o estado civil, sendo mais propensos os não casados ou sem relação afetiva estável.
Os sintomas psicológicos do ‘burnout’ podem ser um cansaço extremo, falta de paciência para atender os outros, o que é grave em profissões de ajuda como os bombeiros, polícias ou médicos.
Sintomas depressivos, irritabilidade, auto-agressividade ou hetero-agressividade, sensação de vazio e cansaço físico e emocional extremo são outros sintomas.
Os sintomas físicos são mais difusos, normalmente são doenças físicas, alergias, problemas respiratórios, mais facilidade em ter doenças como constipações ou gripes, problemas gastrointestinais, dores de cabeça, diarreias, aperto no peito ou dores musculares.
/Lusa
http://zap.aeiou.pt/policias-no-terreno-estao-sujeitos-sindrome-de-burnout-81494
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Mensagem por CARI2013 Sex 13 Nov 2015, 11:33

Quando um problema entra na "ordem do dia" saem sempre da "toca" inúmeros "cientistas" à procura do seus "cinco minutos de fama". Porém os que mais conhecem do problema nunca lhes dão a palavra ainda assim não denunciem as verdadeiras causas....
Toda a gente sabe quais as causas que potenciam, em muito, o flagelo do suicídio das forças de segurança.
A saber: salários irrisórios, afastamento do agregado familiar, brutal carga horária, incerteza quanto à progressão na carreira, à idade da reforma. Enfraquecimento nas relações de camaradagem, expectativas - vindas do poder politico - defraudadas, excessivo regime disciplinar, disponibilidade permanente e risco indevidamente reconhecidos, exemplos alegadamente negativos por parte de quem detém a pasta da administração interna, qualidades e virtudes militares degradadas pelas sucessivas tentativas de as catapultar para o "museu da história", etc..
Tentar travar o flagelo dos suicídios - quando as causas são as acima enumeradas - nas forças de segurança, com xaropes e comprimidos não é mais do que uma espécie de recurso a um curandeiro charlatão que agita a fé do enfermo no sentido de se dar o "milagre" da cura por sugestão.


Última edição por CARI2013 em Sex 13 Nov 2015, 16:34, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Guarda que anda à linha Sex 13 Nov 2015, 13:04

Muito bem CARI2013.

Além desses cientistas que procuram os seus 5 minutos de fama, há outros iluminados também, que  percebem tanto disto como eu percebo de um lagar de azeite, que dizem que muitas destas mortes não têm nada a vez com o facto de se ser policia ou guarda e que nos polícias, o suicídio é um “problema dramático, porque eles têm uma arma”. “Num momento de desespero, um polícia pega na arma e é muito mais eficaz”

Então e nas outras profissões e funções parecidas com as dos policias, que não têm nada a ver com as funções, cargas horárias, de serviço e de exigência que existem na GNR e na PSP, em que os seus profissionais também usam arma, como os militares das forças armadas, os agentes da policia marítima, da PJ, do SEF, da ASAE, do corpo da guarda prisional etc., quantos elementos destes corpos policiais e militares é que se suicidaram e a que ritmo é que se suicidaram nos últimos anos?

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Mensagem por CARI2013 Sex 13 Nov 2015, 16:38

Guarda que anda à linha escreveu:
Muito bem CARI2013.
Além desses cientistas que procuram os seus 5 minutos de fama, há outros iluminados também, que  percebem tanto disto como eu percebo de um lagar de azeite, que dizem que muitas destas mortes não têm nada a vez com o facto de se ser policia ou guarda e que nos polícias, o suicídio é um “problema dramático, porque eles têm uma arma”. “Num momento de desespero, um polícia pega na arma e é muito mais eficaz”
Então e nas outras profissões e funções parecidas com as dos policias, que não têm nada a ver com as funções, cargas horárias, de serviço e de exigência que existem na GNR e na PSP, em que os seus profissionais também usam arma, como os militares das forças armadas, os agentes da policia marítima, da PJ, do SEF, da ASAE, do corpo da guarda prisional etc., quantos elementos destes corpos policiais e militares é que se suicidaram e a que ritmo é que se suicidaram nos últimos anos?

Quantos portugueses terão posto termo à vida em resultado de medidas tomadas pelo poder politico nestes últimos quatro anos? Há tantas sondagens, estatísticas em tempo real..para tudo....enfim..
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Mensagem por Croco Sex 13 Nov 2015, 19:11

Governo cria grupo para rever plano de prevenção do suicídio na PSP e GNR
Em Actualização:
Por  Pedro Sales Dias  
13/11/2015 - 18:16

Decisão foi revelada num comunicado do Ministério da Administração Interna quando os sindicatos ainda estão a reunir com o director nacional da PSP. Doze agentes puseram termo à vida este ano.

O Governo decidiu criar um grupo de trabalho que irá rever o Plano de Prevenção do Suicídio nas Forças de Segurança. A informação foi adiantada em comunicado ao final da tarde desta sexta-feira pelo Ministério da Administração Interna (MAI) na mesma altura em que se reúnem com o director nacional da PSP os representantes dos sindicatos daquela polícia. Na reunião que começou pelas 15h estarão a ser debatidas propostas para melhorar a prevenção de situações de suicídio na PSP, segundo fontes policiais.

A decisão e a reunião surgem como reacção a uma recente vaga de suicídios de elementos da GNR e da PSP. Este ano já morreram 12 elementos, sendo que na última semana e meia puseram termo à vida três agentes da PSP e um militar da GNR.

“Atento às circunstâncias de suicídio nas forças de segurança durante o ano de 2015, o ministro da Administração Interna teve reuniões de trabalho com o comandante-geral da GNR e o director nacional da PSP, tendo sido determinada a revisão do Plano de Prevenção do Suicídio Nas Forças de Segurança. Tal revisão tem como principais objectivos a adequação do referido plano ao contexto actual e o reforço das políticas activas da prevenção das práticas suicidas”, refere o comunicado do MAI.

O grupo de trabalho é composto por um representante do MAI, que o coordena, e um representante da cada uma das forças policiais. “O grupo de trabalho deverá apresentar um relatório preliminar no prazo máximo de 30 dias”, estabelece ainda a tutela.

A decisão do ministro da Administração Interna, João Calvão da Silva, vem já na sequência de uma determinação do director nacional da PSP Luís Farinha. Num e-mail enviado esta quinta-feira a todos os agentes, o superintendente-chefe anuncia a determinação de, a nível interno, ser feita a “revisão dos mecanismos de prevenção existentes, o reforço da disponibilização de apoio psicológico e das acções de prevenção e de formação neste domínio”. Luís Farinha quer assim que a PSP seja mais eficaz “a combater este flagelo”.

Na mensagem de correio electrónico enviado aos agentes da PSP, o director nacional pede ainda todos os polícias para estejam atentos aos colegas e que informem a PSP no caso de detectarem algum sinal depressivo. “Exorto-vos a que num quadro de saudável camaradagem e entreajuda, todos nos preocupemos com o camarada que faz serviço ao nosso lado e que todos os níveis hierárquicos, no âmbito das suas responsabilidades reforcem a sua acção de supervisão, acompanhamento e apoio a todos os elementos da PSP, na certeza de que a instituição fará o que estiver ao seu alcance, para ajudar aqueles que no dia-a-dia e frequentemente, em situações difíceis, desenvolvem o seu trabalho”, escreveu Luís Farinha. Para o director, o “trabalho de prevenção e de referenciação de potenciais riscos é um trabalho de todos para todos” e é necessário quebrar as “reservas” e os “estereótipos” que “frequentemente existem em voluntariamente pedir apoio psicológico ou expor problemas pessoais”.

Luis Farinha não esquece ainda, neste contexto que, os actuais “tempos de constrangimentos podem potenciar a que cada um viva os seus problemas e dificuldades de forma fechada e isolada dificultando, desta forma, o conhecimento pela instituição e pelo diferentes níveis hierárquicos e, consequente a possibilidade do accionamento do apoio disponível”.

O director nacional admite ainda que “não obstante os meios e mecanismos existentes e acessíveis a todos os polícias [a PSP tem meios a nível nacional para disponibilizar apoio psicológico com carácter regular e permanente] e das 10.500 consultas de avaliação psicológica já realizadas, verifica-se que infelizmente continuam a ocorrer suicídios na família policial”.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/governo-cria-grupo-para-rever-plano-de-prevencao-do-suicidio-na-psp-e-gnr-1714374
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Mensagem por moralez Sáb 14 Nov 2015, 07:48

Querem um plano para travar o suicídio nas FFSS??
Melhores condições de trabalho, horários dignos e justos, vencimentos dignos e justos correspondendo ao risco da missão.
Só para começar...
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Mensagem por Edr See Sáb 14 Nov 2015, 08:52

CARI2013 disse tudo acerca desta problemática... só quem não conhece ou não quer conhecer é quem pode pensar o contrário.
Podem-se criar mil e um grupos de trabalho, não vai solucionar nada!
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