Guardas de Braga ainda não receberam remunerados feitos no Rally de Portugal

Os militares da GNR não recebem desde agosto pelos serviços remunerados efetuados. No caso do Comando Territorial de Braga também não foram liquidados os montantes devidos pelo serviço feito, fora do horário normal de trabalho, durante o Rally de Portugal, ocorrido em maio. A denúncia é feita pela Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), que pretende saber o que foram feitos aos "milhões de euros" pagos antecipadamente à Guarda, mas que continuam sem ser entregues aos militares.

O coordenador da região Norte da APG/GNR, Paulo Pinto, garante que, no Comando Territorial de Braga, "são devidos aos profissionais os valores dos serviços remunerados prestados desde agosto" e acrescenta que também o trabalho no "Rally de Portugal, que teve lugar em maio", não foi abonado aos guardas. Uma situação que, diz, "muito se estranha, já que os profissionais de outras unidades que estiveram empenhados neste evento já foram abonados dos respetivos valores".

A APG/GNR dá como exemplo o Comando Territorial do Porto, onde os serviços remunerados referentes à prova automobilística já foram pagos. Mas onde, salienta também, está em falta, como acontece por todo o país, o pagamento de todos os serviços remunerados realizados desde agosto. "Sem que exista alguma explicação", refere Paulo Pinto.

Onde estão os milhões de euros pagos antecipadamente?

O coordenador regional da APG/GNR lembra que os serviços remunerados "são pagos antecipadamente pelas entidades, motivo pelo qual não se percebe que decorram tantos meses para a regularização dos valores devidos aos profissionais". "Diga-se, com clareza, que esta situação está a gerar um mal-estar tremendo, na medida em que em alguns casos estão em causa mais de dois mil euros e os comandantes de posto e destacamento, quando interpelados pelos seus subordinados acerca da data de pagamento destes serviços, não têm qualquer resposta para dar. Aliás, eles próprios são, em regra, credores de valores", frisa.

Para Paulo Pinto, "estão em causa milhões de euros que foram pagos à GNR antes da realização dos serviços e que estão por abonar aos profissionais, desconhecendo-se o seu paradeiro". Por isso, a associação exige explicações ao Comando Geral da GNR e ao Ministério da Administração Interna.

Até porque, refere Paulo Pinto, "a mesma instituição [GNR] que condenou o presidente da APG/GNR [César Nogueira], em juízo militar, por desobediência e insubordinação, por se ter recusado a cumprir um serviço remunerado de interesse particular é a mesma que não paga aos profissionais, nem oferece qualquer explicação".

O JN confrontou GNR e Ministério da Administração Interna com esta denúncia, mas até ao momento, não obteve resposta.