Militares da GNR dormem em antigas celas ...Vergonhoso!!!

Em comunicado, a APG/GNR diz ter detectado, após uma ronda de dois dias pelo Algarve, situações "deploráveis" no que respeita às instalações e meios para trabalhar, nomeadamente nos postos de Loulé, Almancil, Quarteira e Lagos.

Em declarações à Lusa, o coordenador da região Sul da APG/GNR, refere como exemplo o facto de alguns militares do posto de Loulé terem que pernoitar em antigas celas de uma prisão, que são muitas vezes partilhadas por duas pessoas.

"Há jovens que têm que partilhar as celas com outro camarada e sentem-se vexados e até envergonhados", alertou António Barreira, acrescentando que estas carências provocam um grande desgaste aos militares, gerando também desmotivação.

Segundo aquele responsável, são os jovens em início de carreira que mais sofrem com o problema, pois têm salários mais baixos e a maioria não tem condições para alugar uma casa, optando por isso por pernoitar no posto.

"Não é admissível que se entenda que uma prisão não tem condições para albergar presos há já cerca de 20 anos mas que o mesmo edifício, sem quaisquer obras profundas de requalificação, sirva para pernoitarem agentes da autoridade", critica.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/militares-da-gnr-dormem-em-antigas-celas

Numa volta ao dispositivo do Algarve, a Delegação Sul da APG/GNR deparou-se com situações deploráveis no que diz respeito a meios e instalações.

Merecem especial destaque as infra-estruturas do Posto Territorial e Destacamento de Loulé e do Posto de Almancil cujas condições de funcionamento e habitabilidade atentam contra a dignidade e imagem da Instituição, não servindo nem aos profissionais nem aos cidadãos.

As instalações em Loulé eram uma antiga prisão que, há cerca de duas décadas, não reunia condições para os presos e deixou de funcionar como tal. O que é inacreditável é que se entenda que estas instalações servem para a GNR. Há celas individuais, onde pernoitam dois profissionais! Estes profissionais são deslocados das suas residências e, por insuficiência económica, não têm alternativa a não ser habitar estas celas.

Refira-se que desde 2010 que o então responsável da Tutela, Dr. Rui Pereira, anunciou a construção de um novo Posto para Almancil e reconheceu a desadequação das instalações de Loulé, sem que nada tenha sido feito até à data.

Sublinhe-se também as condições de funcionamento do Posto Territorial de Lagos, com tectos a cair, com infra-estruturas extraordinariamente degradadas e que, mesmo não possuindo condições para os profissionais e para atender as populações, não se avizinha uma qualquer intervenção da Tutela no sentido de corrigir esta situação.

Ainda, de referir o Posto Territorial de Quarteira, instalado numa infra-estrutura provisória que se tem vindo a tornar-se cada vez mais definitiva, sito numa cave, funcionando em condições muito precárias, com divisões em pladur, não obedecendo a quaisquer requisitos de segurança ou mesmo de saúde pública já que para que o ar seja respirável o ar condicionado tem que estar permanentemente ligado.

Numa altura em que o Governo optou por não renovar a Lei de Infra-estruturas e Equipamentos do MAI, diploma que aliás nunca foi integralmente cumprido, o desinvestimento decorrente das recentes políticas de austeridade não faz antever que exista vontade política em resolver estas questões.

As insuficiências de funcionamento multiplicam-se, sendo que, por exemplo, chega-se ao extremo de ter que se usar internet móvel, propriedade dos profissionais, dado que a intranet e a internet que servem o sistema não correspondem às necessidades de expediente, designadamente à elaboração de queixas, tornando o processo insuportavelmente moroso, caindo-se no cúmulo de não se conseguirem abrir anexos com tamanho superior a 1 MB num período de tempo aceitável, passando uma péssima imagem para o cidadão.

A Delegação Sul da APG/GNR considera estas situações gritantes e solicitou já reuniões às autarquias de Loulé e Lagos no sentido de as sensibilizar e solicitar sua colaboração, muito embora tenhamos consciência que esta matéria está fora do âmbito das suas obrigações e esfera de responsabilidades enquanto autarquias.

Não é admissível que, por exemplo, se entenda que uma prisão não tem condições para albergar presos há já cerca de 20 anos mas que, o mesmo edifício, sem quaisquer obras profundas de requalificação feitas entretanto, sirva para pernoitarem agentes da autoridade e atender os cidadãos. Os profissionais da GNR merecem mais respeito.

A APG/GNR não transigirá enquanto não forem intervencionadas todas estas instalações no Algarve e que, apar de outras carências, tem gerado grande desmotivação entre os profissionais.

Lisboa, 18 de Julho de 2012

P’la Delegação Sul da APG/GNR
António Barreira

Algarve: PCP questiona governo sobre “condições deploráveis” nas instalações da GNR

O grupo parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), através dos deputados Paulo Sá e António Filipe, questionou o governo sobre as “condições deploráveis” de instalações da GNR no Algarve, denunciadas por uma associação de profissionais da GNR.

Recentemente, a delegação sul da Associação dos Profissionais da Guarda Nacional Republicana (APG/GNR) denunciou as condições “deploráveis” das instalações da GNR na região algarvia, nomeadamente nos postos de Loulé, Lagos, Quarteira e Almancil, que “não oferecem aos profissionais da GNR condições condignas para o exercício das suas funções, nem condições adequadas de atendimento ao público”.

O PCP recorda que, no final de 2011, já havia alertado para o estado de degradação dos postos de Loulé e Almancil, tendo na altura questionado o Ministério da Administração Interna sobre o assunto e o governo reconhecido a necessidade de melhorar as instalações da GNR em Almancil e Loulé, “embora nada tenha sido feito desde então nesse sentido”.

Os comunistas sublinham que as atuais instalações da GNR em Loulé já serviram de prisão, desativada há duas décadas “por não reunir condições de funcionamento adequadas”, e não tiveram obras de requalificação profundas, albergando ainda dois profissionais deslocados das suas residências, que pernoitam em duas celas do posto.

As instalações de Almancil também “não dispõem de condições adequadas de funcionamento e habitabilidade”; em Lagos, as instalações encontram “bastante degradadas, com tetos a cair”; e em Quarteira, a GNR “funciona em condições precárias em instalações 'provisórias'”.

“Reconhece o Governo que as instalações dos postos da GNR de Loulé, Almancil, Lagos e Quarteira são deploráveis, não oferecendo aos profissionais da GNR condições condignas para o exercício das suas funções, nem condições adequadas de atendimento ao público?”, questiona o PCP.

Os comunistas exigem saber que intervenções estão previstas nas referidas instalações e quando elas ocorrerão.