O Rei vai nu - Crónica de César Nogueira, Presidente da APG/GNR

A forma como foi tratada a questão do Estatuto e do fardamento na GNR traz poucas dúvida acerca dos reais interesses da Tutela e do Governo. No primeiro caso parecem imperar os mais profundos interesses do lobby militar, em detrimento de uma natural adequação desta Instituição de segurança pública às suas funções policiais, respeitando-se os direitos dos profissionais. No segundo caso imperam os critérios economicistas, que naturalmente privilegiam o rendimento financeiro, leia-se lucro, de determinada medida, em detrimento de elementares critérios de justiça. Obriga- -se os profissionais a pagar alterações ao fardamento para fazê-los custear as decisões do próprio Governo. Tendo em conta esta realidade, interessa afirmar de forma categórica que as expectativas dos profissionais foram defraudadas, de forma muito pouco transparente, na medida em que sempre foram dados indícios de que tudo se processaria de outra forma, com o mínimo sentido de justiça. Afinal, ‘o rei vai nu’. Mais uma vez, há a diferença entre o que se diz e o que se faz e aqui nada mudou. Também não mudou a nossa posição, e não transigiremos, coerentes com aquilo que somos e defendemos: os direitos e a dignidade dos profissionais da GNR.

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