Associação profissional da GNR critica "condições degradantes" do posto de Aljezur

A Associação de Profissionais da Guarda (APG) reclamou hoje uma intervenção de fundo no posto da GNR de Aljezur, que considerou ter "condições degradantes para a população e para os profissionais".
Em comunicado, a APG garante que "nenhuma descrição consegue substituir o impacto de uma visita a este posto", que classifica como não tendo as mínimas condições de habitabilidade e cujo teto, de madeira, se encontra de tal forma degradado "que chove dentro do posto da mesma forma que chove na rua".

A situação foi constatada na passada quarta-feira durante uma visita de dirigentes da delegação sul da APG aos postos territoriais de Armação de Pêra, Lagoa e Aljezur, bem como às instalações da Unidade de Controlo Costeiro de Aljezur e ainda o Destacamento de Trânsito de Lagos.

Segundo a APG, as instalações sanitárias do posto de Aljezur são extraordinariamente precárias e qualquer cidadão que tenha necessidade de as utilizar tem que atravessar a cozinha.

"Acresce que os profissionais que ali têm que pernoitar, fazem-no numa escola semi-desactivada a cerca de 50 metros do posto, ainda com algumas aulas em funcionamento pelo que, estes, quando vão fazer a sua higiene diária ou utilizar os sanitários têm que verificar sempre se não existem aulas a decorrer", explica a associação.

O coordenador da Área Sul da APG, António Barreira, disse entretanto à Lusa que a situação se agrava no verão, altura em que -- devido ao grande aumento da população servida -- as condições de atendimento se agravam.

"O espaço em que se faz o atendimento ao público nem foi criado de raiz para estas funções, pois era um espaço para habitação", disse, esclarecendo que já foi pedida uma audiência ao presidente da Câmara de Aljezur para debater o assunto.

Segundo António Barreira, as "situações degradantes" repetem-se em outras instalações espalhadas pelo Algarve, nomeadamente em Loulé -- cujo espaço de pernoita dos profissionais é a antiga penitenciária local -, Almancil e Lagos.

Chove no posto da GNR
No posto da GNR de Aljezur "o tecto de madeira encontra-se de tal forma degradado que chove lá dentro como chove na rua". A denúncia é da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), que após uma visita ao Algarve detectou ainda "situações degradantes" nos postos de Lagos, Almancil e Loulé.
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Por:João Mira Godinho
Ainda em Aljezur, a APG refere que "as instalações sanitárias são extraordinariamente precárias" e os GNR que lá pernoitam ficam numa escola que está a funcionar, tendo de ver se alguma aula está a decorrer quando vão à casa de banho. Em Lagos, no posto instalado num antigo convento, além de "uma das três viaturas ser um jeep que já foi dado para abate duas vezes", António Barreira, coordenador da APG sul, refere que as "canalizações estão ferrugentas, o que se vê na cor da água quando se abre a torneira". Os 27 homens colocados em Lagos têm à disposição apenas dois coletes à prova de bala, "um deles fora de prazo", re-fere o dirigente da APG.

A associação já tinha denunciado a falta de condições dos postos de Almancil, colocado numa vivenda e com remodelação classificada como prioritária desde 2010, e de Loulé, instalado numa antiga prisão.

GOVERNO TEM DE AUTORIZAR OBRAS

Na sequência da visita, a APG solicitou reuniões com as autarquias de Loulé (marcada para amanhã), Lagos e Aljezur (ainda a aguardar marcação). No entanto, António Barreira admite que a associação apenas procura "apoio para tentar sensibilizar o Governo" para a necessidade de realização das obras. "O próprio Comando Geral da Guarda tem conhecimento dos casos e já os reportou a quem de direito, mas é necessária autorização governamental para o dinheiro ser disponibilizado", diz, lamentando que a Inspecção--Geral da Administração Interna "feche celas de postos que não têm condições para presos e não feche postos sem condições para os militares".