Ministério Público pede condenação de PSP que matou jovem de 14 anos

por **dragao** Ter 13 Nov 2012, 22:06

A magistrada do Ministério Público pediu, esta terça-feira, a condenação do polícia que, em janeiro de 2009, matou Elson Sanches, conhecido por "Kuku", de 14 anos, na Amadora, após uma perseguição policial.

Durante as alegações finais que decorreram, esta terça-feira à tarde, no 3.º juízo criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, o advogado da família da vítima, Paulo Pedroso, também pediu a condenação do arguido, enquanto João Nabais defendeu a absolvição do seu cliente.

O agente da PSP, de 37 anos, está acusado de um crime de homicídio negligente grosseiro, na forma consumada, com uma moldura penal até cinco anos de prisão, razão pela qual está a ser julgado em tribunal singular e não coletivo.

Segundo a magistrada do MP ficaram provados todos os factos constantes da acusação, afirmando que o arguido não avaliou bem a situação e que atuou sem o cuidado que se exigia. Acrescentou que não se provou que a arma encontrada no local do crime, sem impressões digitais, pertencesse à vítima.

O advogado da família da vítima, por seu lado, disse que, segundo o relatório pericial, o agente disparou a uma distância entre os 10 e os 25 centímetros, o que demonstra que tinha o jovem "à mão" para o deter de outras formas sem ter de o matar, e criticou a tese de legítima de defesa apresentada pelo arguido durante o julgamento.

Paulo Pedroso afirmou que a pistola encontrada no local foi "plantada pela PSP", após o crime, para justificar "o comportamento" do arguido que apelidou de "irresponsável, leviano e irrefletido". Para o advogado, o arguido agiu com intenção de matar e que por isso devia ser julgado por um tribunal coletivo.

FONTE_JN

por **Roque** Ter 13 Nov 2012, 22:09

dragao escreveu:
Paulo Pedroso afirmou que a pistola encontrada no local foi "plantada pela PSP", após o crime, para justificar "o comportamento" do arguido que apelidou de "irresponsável, leviano e irrefletido". Para o advogado, o arguido agiu com intenção de matar e que por isso devia ser julgado por um tribunal coletivo.

FONTE_JN
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Se tal não for provado ( ainda tenho fé nas pessoas), espero que esse senhor seja punido.

por **foca branca** Ter 13 Nov 2012, 23:20

vamos esperar para ver. até prova em contrario o colega é inocente.

por **иuησ** Ter 13 Nov 2012, 23:41

Ora nem mais.

Vamos ver como se desenvolve este processo.

por **olhovivo** Qua 14 Nov 2012, 00:08

"O advogado da família da vítima, por seu lado, disse que, segundo o
relatório pericial, o agente disparou a uma distância entre os 10 e os
25 centímetros"

Sorte na organização da defesa para o colega.

por **Roque** Qua 14 Nov 2012, 00:23

Aconteceu-me a mim, ninguém me contou, fora de serviço (ainda no início), estar numa situação em que o indivíduo, armado (arma branca, felizmente!), estava quase colado a mim (eu tinha a mão em contacto com o corpo dele, vice versa). Por acaso, talvez por ter bastante treino, a minha reacção não foi puxar da arma, foi pisar-lhe os dedos dos pés e, de seguida, desferir-lhe uma joelhada. Fui parvo. Podia ter saído mal da história, ele podia ter utilizado a arma, até como reflexo. Se ele tivesse uma arma de fogo, se calhar a minha reacção teria sido outra.

Se eu tivesse disparado, naquela curta distância, a probabilidade de existir um reflexo dele seria a mesma, a não ser que eu o abatesse. Se eu tivesse disparado, se o tivesse morto, que culpa tinha eu?

Eu estava em risco. Iam começar a alegar que utilizara uma arma de fogo contra uma arma branca, mas quem legislou já teve uma arma, de algum tipo, encostada ao corpo?

Se o camarada tivesse agarrado o sujeito, na minha opinião e considerando a existência da arma de fogo, o mesmo teria, até com o susto, disparado. Podia ter-se atirado para cima dele, sim, mas o disparo continuaria a ser uma possibilidade. Em todos os cenários que imagino (e que na altura não podemos estudar) o camarada estava em risco.

O tiro foi fatal, é de lamentar, mas não me parece que tenha sido negligencia.

por **olhovivo** Qua 14 Nov 2012, 00:29

Por isso e outras coisas,desejo-lhe sorte na organização da defesa!
Cenários destes na cabeça dos magistrados são homicídios, negligentes ou não.

por **Almeida Pinto** Qua 14 Nov 2012, 00:31

Boa sorte para o agente, bem vai precisar...

Se fosse o agente a morrer, estava tudo bem.

É esta a INjustiça que temos. Vamos aguardar para ver...

por **Croco** Qui 06 Dez 2012, 21:13

Amadora: Elson Sanches morreu quando fugia num carro furtado

PSP absolvido por matar ‘Kuku’

Diogo G., agente da PSP da Amadora, não conseguiu ontem controlar as lágrimas ao ouvir da boca da juíza que estava absolvido pela morte de um rapaz de 14 anos no Bairro da Quinta da Laje, a 4 de Janeiro de 2009. Depois de uma perseguição policial, ‘Kuku’, como era conhecido no bairro, acabou por ser atingido a tiro na cabeça.

Por:Magali Pinto

O polícia julgou ter visto uma arma nas mãos do rapaz e disparou a uma distância inferior a meio metro com a arma de serviço, pistola Glock de 9 mm. Ontem, no Campus da Justiça, em Lisboa, o tribunal absolveu o agente de homicídio negligente grosseiro.

"Tendo em conta as circunstâncias em que tudo ocorreu, o arguido agiu em legítima defesa". O agente de 37 anos saiu da sala de audiências com as lágrimas nos olhos. Foi apoiado por alguns colegas.

A decisão deitou por terra a tese do advogado assistente da família da vítima, que dizia que a arma que foi encontrada no local tinha sido plantada por agentes da PSP.

Quando Elson Sanches morreu, o agente e dois colegas estavam junto ao Bairro de Santa Filomena e viram sair um carro, que constava como furtado. Para apanhar ‘Kuku’, o agente acabou por disparar. Uma arma ilegal foi encontrada junto ao corpo. O agente Diogo está agora colocado no Seixal.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/psp-absolvido-por-matar-kuku