O relato de três polícias que chegaram ao limite

por **Croco** Sex 18 Fev 2022, 23:29

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O relato de três polícias que chegaram ao limite

Ao contrário de outros colegas, que não reconheceram as suas vulnerabilidades e acabariam por se suicidar, Pedro, "Paulo" e Hélder procuraram ajuda e aceitaram agora falar com o JN sobre o problema, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas psicológicos com que se debatem, em silêncio, alguns polícias em Portugal.
Na reportagem, que pode ser lida na íntegra aqui, os três profissionais não deixam de imputar culpas à PSP e à GNR por terem mergulhado no problema. Se para as duas forças de segurança, fenómenos como o "burnout" ou o suicídio no seio policial ainda são embaraços que raramente se mencionam, para seis sindicatos ouvidos pelo JN a temática merece uma profunda reflexão.

Para combater o problema, PSP e GNR dispõem de mecanismos preventivos, mas a Guarda reconhece a dificuldade em chegar "de forma eficaz" a todos os militares, sobretudo aos "mais resistentes à vertente psicológica". Também a PSP refere que a solicitação de apoio, "nomeadamente psicológico", deve ser encarada "como positiva e natural".

E ainda outro efeito secundário da covid-19: o Plano de Prevenção do Suicídio das Forças de Segurança, que deveria ter sido avaliado globalmente há dois anos não foi ainda objeto de análise, depois de ter sido revisto pela última vez em 2016. A culpa é da pandemia que prejudicou os "trabalhos", como adiantou ao JN o MAI. Mantém-se, assim, a incógnita sobre a necessidade de ajustar ou até reforçar os mecanismos de apoio que previnem práticas suicidas entre os elementos da PSP e da GNR.
https://www.jn.pt/justica/videos/o-relato-de-tres-policias-que-chegaram-ao-limite-14584639.html

por **toinojaquim** Seg 21 Fev 2022, 12:07

Os Suicídios e problemas psicológicos nas forças de segurança, em 98% dos casos a culpa é das próprias instituições. E o problema é que os próprios psicólogos da Guarda dizem que não, que o problema é pessoal. Enquanto esta mentalidade persistir, muitos mais guardas e polícias vão morrer. Muitos guardas chegam ao limite por perseguições e por uma coisa que na guarda parece não existir: "Assédio moral". Todos conhecemos oficiais e sargentos com problemas de afirmação pessoal, que depois tentam compensar no local de trabalho. Quantos militares da guarda têm uma vida normal, são bons militares e com a chegada de um oficial ou sargento ao seu local de trabalho e as coisas mudam drasticamente??? Começam a ser perseguidos, por vezes sem qualquer motivo, só porque algum engraxador foi fazer queixinhas para ficar bem visto. Já vi isto acontecer muitas vezes..... e depois o militar não aguenta, mete baixa e fica automaticamente rotulado de malandro e que não quer fazer nada.
As forças de segurança deviam ter mais atenção a superiores que levam os agentes e guardas ao limite apenas para satisfação pessoal e para compensar as suas frustrações. Mas isso parece ser tabu... a guarda prefere que se matem 10 militares do que admitir que um oficial não é competente nas suas funções....

por **Guarda que anda à linha** Seg 21 Fev 2022, 12:42

Quando em 2010, após a entrada em vigor do novo EMGNR, aplicaram pela primeira vez aos praças/guardas o sistema de avaliação, erradamente porque nem sequer tinha sido regulamentado, e pasme-se apenas aos cabos, avaliação essa que depois não foi prà frente, porque como disse nem sequer tinha sido regulamentada. Houve logo quem aproveitasse a oportunidade para junto de alguns avaliados dizer: "agora só sobem de escalão quando eu quiser... se eu quiser, só sobes de escalão daqui a 10 anos..."

Este é apenas um exemplo do quão facilmente alguém pode tornar a vida de alguém num inferno.

Tirem as vossa conclusões.

por **smelly** Seg 21 Fev 2022, 14:55

Guarda que anda à linha escreveu:
Quando em 2010, após a entrada em vigor do novo EMGNR, aplicaram pela primeira vez aos praças/guardas o sistema de avaliação, erradamente porque nem sequer tinha sido regulamentado, e pasme-se apenas aos cabos, avaliação essa que depois não foi prà frente, porque como disse nem sequer tinha sido regulamentada. Houve logo quem aproveitasse a oportunidade para junto de alguns avaliados dizer: "agora só sobem de escalão quando eu quiser... se eu quiser, só sobes de escalão daqui a 10 anos..."
Este é apenas um exemplo do quão facilmente alguém pode tornar a vida de alguém num inferno.
Tirem as vossa conclusões.

Em 2018, um Capitão disse-me que ia fazer tudo o que estivesse ao alcance dele para eu não poder frequentar o curso de promoção a cabo quando chegasse a minha vez.

Porquê? Porque tive dois acidentes em serviço que me tiraram do serviço de patrulha a título definitivo, e deixei de ser o menino lindo com mais detenções lá na zona.

Sim, são capazes de tornar a vida de alguém num inferno, e eu sou um bom exemplo disso, até porque tive que "fugir" de casa, deixar família e amigos para trás, e começar toda a uma nova vida noutro distrito, pois já não aguentava mais a pressão de que era alvo.

E não, eu não era um bardino, um manhoso sorrateiro. Sempre fui brioso, trabalhador e empenhado.

por **eduardo1143** Seg 21 Fev 2022, 16:12

E não, eu não era um bardino, um manhoso sorrateiro. Sempre fui brioso, trabalhador e empenhado.

A instituição agradece os teus relevantes serviços.

por **toinojaquim** Seg 21 Fev 2022, 17:07

smelly escreveu:
Guarda que anda à linha escreveu:
Quando em 2010, após a entrada em vigor do novo EMGNR, aplicaram pela primeira vez aos praças/guardas o sistema de avaliação, erradamente porque nem sequer tinha sido regulamentado, e pasme-se apenas aos cabos, avaliação essa que depois não foi prà frente, porque como disse nem sequer tinha sido regulamentada. Houve logo quem aproveitasse a oportunidade para junto de alguns avaliados dizer: "agora só sobem de escalão quando eu quiser... se eu quiser, só sobes de escalão daqui a 10 anos..."
Este é apenas um exemplo do quão facilmente alguém pode tornar a vida de alguém num inferno.
Tirem as vossa conclusões.
Em 2018, um Capitão disse-me que ia fazer tudo o que estivesse ao alcance dele para eu não poder frequentar o curso de promoção a cabo quando chegasse a minha vez.

Porquê? Porque tive dois acidentes em serviço que me tiraram do serviço de patrulha a título definitivo, e deixei de ser o menino lindo com mais detenções lá na zona.

Sim, são capazes de tornar a vida de alguém num inferno, e eu sou um bom exemplo disso, até porque tive que "fugir" de casa, deixar família e amigos para trás, e começar toda a uma nova vida noutro distrito, pois já não aguentava mais a pressão de que era alvo.

E não, eu não era um bardino, um manhoso sorrateiro. Sempre fui brioso, trabalhador e empenhado.

O problema é que exemplos destes, são às dezenas. Tratam os militares como se fossem animais sem sentimentos e sem qualquer consequência.