Suicídio dos elementos das Forças de Segurança

Relembrando a primeira mensagem :


Ao longo dos tempos temos assistidos à partida de camaradas/colegas desta nossa profissão por vontade própria.


O suicídio nas Forças de Segurança.


Tenho a impressão que o número de suicídios têm vindo a aumentar nos últimos anos. Questão:

Porquê?


Infelizmente não sei a resposta a esta pergunta, mas podemos tentar restringir os factores e os contextos em que estes acontecem!

Problemas familares? Problemas económicos? Problemas profissionais? Um pouco de todos?

Após tentarmos identificar as possíveis causas, levanta-se a pergunta:


O que fazer para prevenir?


Que sinais podemos verificar num camarada com essas tendências? Como identificar os sinais? Como ajudar?


E nós? Estaremos nós a precisar de ajuda? Como fazer uma introspecção?






Convido todos os membros deste fórum a participarem nesta discussão, de preferência fundamentando o melhor possível as suas opiniões ou posições. Evitem o simples uso de smillies ou de expressões não desenvolvidas. O assunto é sério - tratêmo-lo como tal.


CG

 bem merece apoio, sempre presente

Não é fácil. Respeito.

Se cada um fizesse o seu trabalho e não inventasse, tudo corria bem, mas há sempre alguém com o rei na barriga que faz questão de oprimir quem está abaixo.

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/09/25/suicidio-e-principal-causa-de-morte-de-policiais-civis-em-sao-paulo.htm

infelizmente em paises que nao protegem as suas forças policiais... é isto... 

https://oglobo.globo.com/brasil/suicidio-de-policiais-supera-mortes-em-operacoes-no-pais-aponta-relatorio-23950319

Guarda que anda à linha escreveu:Na pagina oficial da nossa instituição nem uma palavra sobre o sucedido há.

Nota: Já repararam que quanto mais militares são agredidos, feridos e mortos em serviço, assim como mais suicídios de militares há, mais eles nos retiram direitos e agravam as nossas condições de serviço?

https://m.facebook.com/GuardaNacionalRepublicana/photos/a.258840950880298/2658248727606163/?type=3&source=57&refid=52&__tn__=EH-R


Na página da nossa instituição é mais para isto ! ...🤪
Telemóvel numa mão e na outra batom e rímel !

Sobre o suicídio nas forças de segurança, já repararam que o nosso sistema de saúde não tem qualquer psicólogo protocolado? Quase forçosamente alguém quem queria ser acompanhado terá que forçosamente que ser dentro da instituição ou andar a pagar 50/60 euros por consulta.Ísto é a prevenção da saúde mental dos militares?

Existe um protocolo qq com o sns, ñ sei é se isso tem efeitos praticos

matulão escreveu:Existe um protocolo qq com o sns, ñ sei é se isso tem efeitos praticos

Sim, tem razão. Existe.
Esses protocolos só têm uma utilidade. Servir para que os ministros tenham alguma coisa para dizer sempre que lhe põem um microfone à frente a seguir ao anúncio de mais um suicídio.

No Centro de Saude da minha área de residência todas a terça feiras de manha está um psicologo do SNS a atender. A custo Zero já lá andou um familiar meu....

E hoje mais uma infeliz noticia um dos nossos partiu!

Conheci o camarada a quando da sua passagem pelo Alentejo. Os meu sentidos pênsames á familia...

https://www.ointerior.pt/sociedade/segundo-comandante-da-gnr-da-guarda-suicidou-se/

Da próxima cmtv pode ser que este problema, que existe seja mais divulgado

Não acontece somente ao nosso vizinho......mas ninguém pega no problema de peito, sempre a jogar no politicamente correto, enfim....coragem e cuidem se

https://www.facebook.com/LinhaAbertaHernani/

Somos seres humanos, de um momento podemos estar bem, e num ápice, devido a varias e inúmeras razões…  estamos no fundo do poço. Nâo julguem… apoiem!

Sendo este um tópico demasiado serio, e acima de tudo preocupante, vou deixar a minha opinião e vivência:

- Existem vários fatores que podem interferir, na saúde mental de cada um de nós. Logo culpabilizar a instituição, os desamores, ou demais fatores, que levam a uma decisão "definitiva sem retorno".

- Não fugindo ao tema o "suicídio nas forças de segurança", por inerência de funções temos uma maior responsabilidade, uma visibilidade, e pressão do que qualquer outro cidadão. Isso é indiscutível.

- Por experiencia própria, infelizmente, já tentei o suicídio, não podendo negar que a a debilidade mental, se deveu à pressão a que fui sujeito, pelo Escalão de Comando. Se juntar a isso a ausência familiar (devido à distância que estava colocado de casa), a não adaptabilidade à forma de trabalhar, os gastos financeiros, devido ás viagens, causaram em mim "sofrimento".

- Este sofrimento é traduzido, em tristeza, desanimo, entre outros, que me levaram por duas vezes a ter a pistola de serviço, municiada, encostada á cabeça... o dedo tremulo no gatilho... mas outros valores, ou quiçá a sorte, fez com que o pior não acontecesse.

- Assumo-o sem vergonha, e porquê? 

1.º) - Não há que ter vergonha em assumir que não estamos bem. Mas para isso temos nós próprios de reconhecermos esse facto, e perguntam vocês como?

2.º) - Cada um se conhece a si mesmo, a partir do momento, que começamos a isolarmo-nos (não sendo habitual), quando interiorizamos em demasia alguns questões (profissionais ou pessoais),

privação de sono, nervosismo, alteramos o comportamento com os camaradas e com os cidadãos, devemos parar, porque isto são sinais de alerta.
3.) - Há que acabar com o complexo, com estigma, que os problemas de saúde mental, é um a coisas de "malucos". Nada tem haver... acreditem!
4.º) - Perante este cenário, temos de ter a humildade de pedir ajuda, sejam a quem for (camarada, amigo, familiar, ou mesmo à instituição).
5.º) - Depois da ajuda profissional (psiquiatria e/ou psicologia), temos de assumir o compromisso de fazermos o tratamento como nos prescreverem. Essas especialidades, nomeadamente a psicologia, no meu caso, a perceber que eu nunca quis verdadeiramente, por termo à vida, mas sim... AO SOFRIMENTO QUE TINHA NO MOENTO. Isto faz toda a diferença.
6.º) - Por experiencia própria fui seguido por psiquiatria no privado (também pelo preço 5€), e a psicologia civil (gastava 70€ por sessão). Mas não é questão financeira que importa.
7.º) - Das consultas de psicologia com uma profissional civil, sempre que saía das sessões frustrado. Não entende como funciona a instituição, era como estava a falar para uma "parede". Pedi ajuda ao Centro Clinico da GNR de Lisboa - Gabinete de Psicologia - onde ainda estou a ser acompanhado. 
8.º) - Sou do norte e estou a ser seguido aqui, sem ter de ir a Lisboa. Reitero que também temos de saber separar a instituição GNR, dos clínicos do Centro Clinico, que têm códigos deontológicos, que se sobrepõem as normas institucionais. Há que confiar nesses profissionais de excelência e quebrar o tabu de "a instituição GNR causa-me problemas e vou falar com médicos da GNR". Acreditem são mais médicos, falo da psicologia, do que militares, isso posso garantir.
9.º) - A prevenção, o reconhecimento, o não ter vergonha

de assumir uma doença, que é temporária, e se não for tratada, pode virar crónica, e acabar da pior forma, o termos confiança em "alguém" para desabafar e se nós não o conseguirmos alertar e pedir apoio, é o fundamental para reduzir este flagelo dos suicídios nas forças de segurança.
10.º) - Cada vez mais temos de fazer com que este tema seja um "tabu", porque isto não nós acontece somente a nós forças de segurança, pode acontecer a qualquer um e quando menos esperamos. 
11.º) - Apreender a relativizar os "problemas" é fundamental, para mim nos momentos que tentei o suicídio, esses problemas eram os causadores de grande e imenso sofrimento, mas com a ajuda devida foram e estão a ser fáceis de ultrapassar. Num momento de debilidade é normal vermos ou imaginarmos os piores cenários, quando na verdade as coisas não são tão lineares como isso.
12.º) - Os problemas existem só e por um único motivo: PARA SEREM SUPERADOS e esse caminho de superação não tens de o fazer sozinho. O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO...
13.º) - Somos (militares da GNR) uma família... agimos como tal, olhando uns pelo outros. 

O SUICÍDIO  NÃO É A SOLUÇÃO...

São sempre os mesmos a cometer suicídio!  Claro... Todos os outros têm uma boa vida dentro da guarda!

Vejam os últimos posts do Facebook da GNR e os comentários que lá estão... Claro que só aconteceu porque há quem nos fds esteja mas não está....

Segundo se consta o Camarada terá deixado uma carta endereçada ao Sr Comandante Geral da GNR... Que Deus lhe dê o seu merecido Eterno Descanso.

Guarda que anda à linha escreveu:

“Esta é uma questão tabu dentro da própria instituição. E o próprio Comando e o MAI têm tentado esconder e alegam, sempre que há um suicídio na PSP ou na GNR, que tem a ver com questões pessoais”, revela ao NOVO César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG-GNR)."

Continuam a querer tapar o sol com uma peneira. Ou são as questões pessoais ou o facto de terem à mão uma arma. Só que, curiosamente, nestas duas instituições, PSP e GNR, a maior parte dos elementos que cometem suicídio ou são agentes e ou guardas.

É caso para perguntar: dado os números baixíssimos e quase inexistentes de suicídios de oficiais e sargentos destas instituições, será que os oficiais e sargentos também não têm problemas/questões pessoais, e não têm acesso às armas como os agentes e os guardas têm?

Eles também são menos, mas não deixas de ter razão!

Mais uma triste noticia:

Agente da PSP com 50 anos, coloca termo à vida com arma de serviço na esquadra de Tomar.
https://www.cidadetomar.pt/2023/02/13/sem-categoria/agente-da-psp-coloca-termo-a-vida-na-esquadra-de-tomar/

Vamos ser realistas camaradas. A Guarda está a borrifar se para os militares. Fomos, somos e iremos continuar a ser um número. A instituição alguma vez se preocupou com algum de nós? Que eu saiba nunca. Estou à mais de duas décadas a trabalhar nesta instituição e só tive contacto com a psicóloga duas vezes.

Eu até já pedi ajuda por mail, e nem me responderam.

MiguelBarrancos escreveu:Eu até já pedi ajuda por mail, e nem me responderam.

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