circular 8/2010

caros camaradas,uma das muitas duvidas que tenho e em particular a remoção de cadaveres visto ser uma questão mais complexa visto que se trata de uma morte.
Dependendo das comarcas e de cada posto continuo com a mesma DUVIDA!!
Não desprezando o trabalho de cada Bombeiro,mas como será possivel ficar duas,tres ou quatro horas a espera que um medico simplesmente certefique o obito,quando, e isto nas mortes naturais,quando o bombeiro de mais baixa categoria e este e que chega ao local e tem de avaliar se a pessoa e transportada para o hospital ou se deve chamar as autoridades para tomarem conta da ocorrência??

Não será o bombeiro que acaba por certificar o obito?

Não será o bombeiro que poderá ou não salvar aquela pessoa?

Será que já algum medico chegou ao local para certificar o obito e a pessoa ainda estava viva?


Já para não falar de certos medicos que teem o telefone desligado todas as noites

E as familias??
Quem e que está la junto das familias??
não será o mexilhão?

mexilhão escreveu:

Não será o bombeiro que acaba por certificar o obito?

Não será o bombeiro que poderá ou não salvar aquela pessoa?

Será que já algum medico chegou ao local para certificar o obito e a pessoa ainda estava viva?



não será o mexilhão?

Colocaste uma dúvida muito pertinente mexilhão.Esse problema merecia ser revisto com cabeça por quem de direito.
Imagina uma pessoa em morte aparente. Como pode alguém sem mais nem menos determinar se está morto ou se precisa de socorro urgente.Gostei das questões que levantaste.

Caro camarada, o bombeiro não pode dizer que está cadáver, chega ao local e transporta a pessoa.

transporta a pessoa camarada??

Entao camarada peço desculpa por algum equivoco,afinal em portugal ainda ha pelo menos uma comarca que nao anda de olhos tapadinhos.

ja agora posso saber qual e?

Boas Amigos;
Camarada Mexilhão, parece-me é que seja só essa a Comarca que anda meio confundida, em treze anos de serviço, por todas as Comarcas por onde passei sempre vi a situação processar-se da mesma forma;
Os bombeiros vão ao local da ocorrência, por norma dão logo o alerta para o PT, se obviamente for uma situação em que a vitima está claramente morta (carbonizada, decapitada, etc) não fazem qualquer transporte, se por outro lado a vitima estiver sem sinais vitais, mas não se encontrar no local médico qualificado que certifique ou verifique o óbito, a vitima é transportada para o hospital mais proximo.
Aliás já passei por uma situação caricata, que colocou o INEM, o MP e a PJ à cabeçada, desloquei-me a um suicidio, um indivíduo deu um tiro na cabeça, estava lá já a uma meia hora, o INEM quando chegou ao local fez manobras de reanimação e apesar de a vitima não apresentar sinais vitais transportaram-na para o hospital, pois o enfermeiro (e bem) não assumiu que a pessoa estivesse cadavér, eu não tenho formação para certificar óbitos e o CODU ordenou o transporte da vitima. A realidade é só uma, vivemos num País que anda à deriva, sem procedimentos uniformizados, sem legislação decente, estes ultimos anos temos assistido a uma "diarreia" de legislação que cada vez mais favorece os criminosos e penaliza as vitimas, uma tristeza.

Voncarper
eu refiro-me a mortes naturais..........................
Sem suspeitas de crime.....

Os bombeiros chegando ao local verificam se há sinais vitais, ocular, pulsatório e respiratório. Caso não os haja, considera-se morte aparente e não se procede à remoção. Podem e devem levar a vítima para o hospital SE, houver algum indício de que a pessoa ainda pode estar com vida. Contudo se até a verificação dos sinais vitais não for positiva, então não há justificação plausível para remover a pessoa do local. Nesse caso deve-se verificar se há algum indício de crime, e havendo, ainda que ténue, deve ser comunicado ao MP.

Quanto à verificação dos sinais vitais, isso é ensinado e treinado no Curso de Praças da Guarda. Quanto à verificação de indícios de crime e preservação de local de crime, isso também é ensinado e treinado no curso.

Quanto a certos procedimentos adoptados em diferentes locais, depende mesmo da comarca em causa.

Quem faz a verificação da morte é normalmente o médico do INEM, mas não a certificam pois não têm conhecimento do historial médico da vítima. Nesse caso para obter a certificação terá que se deslocar ao local o médico de família, ou em alguns casos a autoridade de saúde assume essa função (mas em poucos casos). Por norma se o médico de família não for lá, o corpo vai para uma delegação do IMEM.

O que se passa então nos casos em que alguém morre em casa e tudo se trata sem sequer comunicarem à GNR? Porque nesses casos a família contacta um cangalheiro que por norma conhece e tem acordo com alguns médicos, que se atravessam a certificar o óbito.

Acho que a dúvida do camarada prende-se com a VERIFICAÇÃO DO ÓBITO e não com a CERTIFICAÇÃO DO ÓBITO.

A verificação do Óbito apenas pode ser feita pelo MÉDICO do INEM, tirando isto, tanto o Médico de Família como o Delegado de Saúde apenas fazem o Certificado de Óbito.

A parte da verificação do Óbito ainda é mais escandalosa do que propriamente a certificação do Óbito.... pensem bem no porquê.

Nos vários casos que tenho estado presente, o corpo só é removido depois do delegado de saúde se ter deslocado ao local e ter dado autorização.

«Houve uma intervenção de equipas de emergência, com a VMER de Aveiro, e foi confirmado o óbito das três pessoas», referiu o comandante, acrescentando que “os dois adultos apresentavam ferimentos de arma branca, mas a criança não tinha feridas visíveis”.

Segundo José Bismarck, no local encontram-se actualmente apenas os militares da GNR aguardando a chegada do delegado de saúde.