GNR suspende temporariamente 10 postos territoriais em Castelo Branco

Independentemente da situação que atualmente vivemos, devido à pandemia, enquanto tivermos comandantes de unidade/destacamento/posto ou de outro organismo qualquer, que, numa qualquer formatura, cerimónia do dia da unidade, ou de outra situação qualquer, em que à frente dessa formatura, cerimónia ou situação qualquer estão políticos/governantes e particularmente o MAI. E esse comandante diz com pompa e circunstância no discurso nessa formatura, que a sua unidade deveria ter X militares e que naquele momento tem apenas Y, mas que, mesmo assim, o serviço se faz na mesma. Só que, ao mesmo tempo que o serviço que se está a fazer na mesma está a ser feito com o corte de folgas, dispensas, férias, aumento do número de horas seguidas de serviço aos militares e não diz isso ao politico/governante. O politico/governante que, atentamente escuta e houve este discurso, que para ele é ouro sobre azul, pensa assim para ele próprio: Estás a dizer que a tua unidade devia ter X militares e que neste momento só tem Y, mas que mesmo assim o serviço se faz na mesma, então continua lá a fazer o serviço com o dito Y que a malta agradece.

Aqui chegados, ao longo de anos a assistirmos a este tipo de discurso, qual é que é o espanto por termos chegado à situação em que nos encontramos agora?

A GNR tem responsabilidade/competência na área da segurança interna em mais de 90% do território nacional continental. Quando, por qualquer razão, como por exemplo o encerramento de Postos Territoriais essa competência/responsabilidade começar a ser posta em causa, começa também a ser posta em causa a própria razão de existir da GNR.

Este, é mais um dos frutos resultante da sementeira que foi o inicio do ataque cerrado às condições de serviço/direitos/laborais/sociais dos militares da Guarda, iniciado em 2005.

Perante tal ataque às instituições militares e policiais iniciado nesse ano, e que atualmente ainda decorre, do que é que se estava à espera. Que a GNR tivesse hoje Postos Territoriais com o mesmo efetivo que tinha em 2005?

Por outro lado, a existência da GNR em muitos locais por esse país fora, depois de encerrados centros de saúde, escolas, tribunais, juntas de freguesia, CTTs (quando eram públicos) entre outros serviços mais, é a única ligação que os cidadãos desses locais (ainda) têm com o estado. Retirada dali a GNR, é, simplesmente, o fim.

Por outro lado ainda, há cerca de 15/20 anos atrás, antes do ataque cerrado às instituições militares e policiais e aos seus militares e agentes, qualquer localidade do interior do país que tinha um Posto da GNR, tinha mais ou menos um efetivo mínimo de 10/12 militares, o que se traduzia em várias famílias nessas localidades com crianças e jovens em idade escolar, contribuindo assim, de certa forma, para o povoamento do interior. Devido ao ataque cerrado às instituições militares e policiais e aos seus agentes e militares, onde se incluem os militares da GNR, iniciado em 2005, em que por força desse ataque está agora evidente o previsível encerramento de dezenas de Postos Territoriais da GNR por esse país (interior) fora, sem dúvida nenhuma que, está a aberto o caminho e escancaradas as portas para uma maior desertificação ainda do interior deste país já bastante desertificado.